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O que pode aumentar o consumo de carne bovina

Já há algum tempo tem havido uma certa preocupação da cadeia da carne bovina em nível mundial com a tendência de estagnação e mesmo diminuição do consumo per capita.

Já há algum tempo tem havido uma certa preocupação da cadeia da carne bovina em nível mundial com a tendência de estagnação e mesmo diminuição do consumo per capita. No Brasil a tendência tem sido mais de estagnação de consumo de carne bovina comparada à tendência de aumentos muito grandes no consumo de frangos.

Várias razões têm sido levantadas para essa estagnação/diminuição de consumo per capita de carne bovina. Em nível mundial os principais fatores tem estado relacionados principalmente com aspectos ligados a possíveis efeitos prejudiciais à saúde e à falta de produtos à base de carne bovina de preparo rápido e fácil que a vida moderna exige. Além desses fatores, o consumo de carne bovina no Brasil tem estado estagnado principalmente devido ao baixo poder aquisitivo das classes sociais que tem maior potencial em termos de desejo de consumir carne bovina. Diminuição do consumo das classes mais altas devido à propaganda orquestrada de seu efeito prejudicial à saúde e devido à ausência de produtos semiprontos, tem sido compensado por pequeno aumento causado por eventuais aumentos do poder aquisitivo das classes de menor renda.

A cadeia da carne bovina brasileira, como dito em comentários anteriores, tem que atuar tanto em nível nacional como internacional para aumentar a demanda.

Há necessidade de segmentar o mercado e disponibilizar produtos de alta qualidade de diferentes preços, baseados em preferência e preparo de cortes, e em processamento para preparo de diferentes pratos prontos e semiprontos. Além disso, a cadeia tem que aprender a divulgar as qualidades da carne bovina do ponto de vista nutricional e quanto aos seus efeitos benéficos à saúde quando devidamente preparada e usada em quantidades moderadas. Em notícia divulgada pelo BeefPoint dias atrás, foi relatada pesquisa médica de longa duração que mostrou o efeito benéfico do consumo de carne bovina na prevenção de doenças cardíacas, justamente o contrário do que normalmente médicos ainda não informados pregam em seus consultórios. Quanto à qualidade da carne bovina como fornecedora de nutrientes essenciais, precisa ser sempre lembrada com apresentação de dados que não deixem margem a dúvidas. Além disso, tem que se dar ênfase em aspectos relacionados à não contaminação por patógenos e resíduos prejudiciais à saúde. Uma outra preocupação essencial é a de fornecer produtos específicos que se carcterizam pela uniformidade quanto às suas características de segurança alimentar, qualidade nutricional, aspectos visuais e degustativos (maciez, sabor, suculência).

É claro que há necessidade de recursos para divulgação da carne bovina. No Brasil a obtenção desses recursos tem sido difícil por varias razões. Primeiro a maioria dos integrantes da cadeia ainda acham que isso seria de responsabilidade do governo. Isso é um erro básico. Os recursos tem que sair da própria cadeia de uma forma direta. A atuação do Fundepec no combate à febre aftosa é um exemplo de sucesso que deveria ser extendido à divulgação da carne bovina e de outros produtos da cadeia da carne. Essa tipo de atuação tem que ser gerenciada por comitês com representates dos vários segmentos da cadeia, inclusive dos governos, com renovação periódica tanto dos representantes como dos presidentes dos comitês. No Giro do Boi de ontem do BeefPoint está veículada uma notícia muito interessante de como foi preparada e a proposta de execução das campanhas de divulgação da carne bovina nos Estados Unidos da América do Norte para o ano fiscal 2.000/2.001. Embora necessite de adaptações, é um modelo que pode servir de exemplo para a cadeia da carne brasileira. Há necessidade urgente de um entendimento entre os componentes da cadeia e uma urgência maior ainda em começar a atuar na divulgação e na propaganda responsável das qualidades e vantagens da carne bovina como alimento, e da importância econômica dos subprodutos resultantes de sua produção.

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