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Cigarrinha das pastagens. 3. Métodos de controle

Nos primeiros artigos desta série abordou-se as características das principais espécies de cigarrinhas encontradas em áreas de pastagens, os sintomas e os danos provocados pelo seu ataque. A partir deste artigo, os métodos de controle adotados atualmente serão descritos e discutidos.

Os métodos de controle de cigarrinhas disponíveis até o momento são pouco eficazes quando adotados de forma isolada, sendo os melhores resultados obtidos quando se usa um manejo integrado da praga.

Os principais métodos existentes podem ser divididos em:

1. Na instalação da pastagem: escolha de espécies resistentes

2. Em pastagens implantadas: controle cultural; manutenção de áreas de refúgio para predadores; controle químico; controle microbiano.

O uso de espécies resistentes é a medida mais eficaz para se evitar problemas com cigarrinhas. Desta forma, a escolha da espécie, no momento da implantação, deve ser feita com bastante critério.

O nível de resistência das espécies forrageiras pode ser determinado por meio de experimentos de campo e/ou de casa de vegetação, onde se observa o comportamento das plantas quando submetidas ao ataque de cigarrinhas (ninfas e adultos); a sobrevivência das ninfas; e a preferência das cigarrinhas pelas diferentes espécies.

As Tabelas 1 e 2 mostram o nível de resistência de algumas espécies ao ataque de cigarrinhas das pastagens.

Tabela 1: Nível de resistência de gramíneas forrageiras à cigarrinha das pastagens na região do cerrado (Deois flavopicta).


a 0 – ausência de cigarrinhas; 1 – presença de cigarrinhas e ausência de danos; 2 – pontuação ou listas cloróticas nas folhas; 3 – áreas cloróticas nas folhas; 4 – folhas com a ponta seca; 5 – folhas inteiramente secas.
Adaptado de Cosenza (1981).

Tabela 2: Nível de resistência às cigarrinhas das pastagens de algumas espécies forrageiras na região do Pantanal Mato-grossense.

a 0 – ausência de cigarrinhas; 1 – presença de cigarrinhas e ausência de danos; 2 – pontuação ou listas cloróticas nas folhas; 3 – áreas cloróticas nas folhas; 4 – folhas com a ponta seca; 5 – folhas inteiramente secas.
Adaptado de Campos & Abreu (1996)

De modo geral, recomenda-se que pelo menos 30% das áreas de pastagens, em uma propriedade, sejam implantadas com espécies resistentes (nas tabelas acima as espécies estão listadas em ordem crescente de susceptibilidade à cigarrinha). Desta forma, reduz-se o efeito de “monocultura” e o pecuarista passa a ter uma alternativa de alimentação para os períodos de maior infestação.

A susceptibilidade das gramíneas à cigarrinha, porém, deve ser freqüentemente avaliada. Além disso, é preciso testar a resistência às espécies de cigarrinhas mais importantes para cada região. Na região Norte do Brasil, por exemplo, têm sido registrados ataques de cigarrinha-da-cana (Mahrranarva fimbriolata) em áreas de Brachiaria brizantha cv. Marandu, cultivar resistente às cigarrinhas das pastagens.

Nos próximo artigos, serão discutidos os métodos de controle cultural e microbiano.

Referências bibliográficas:

CAMPOS, F.I.S.; ABREU, J.G. de. Avaliação da resistência de gramíneas forrageiras às cigarrinhas das pastagens. Cuiabá: EMPAER-MT, 1996. 12p. (EMPAER-MT. Circular Técnica, 1).
COSENZA, G.W. Resistência de gramíneas forrageiras à cigarrinha das pastagens, Deois flavopicta (Stal, 1984). Boletim de pesquisa, Embrapa – CPAC, Brasília, 7, 1981. 16p.

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