As autoridades de sanidade agropecuária do Chile, da Argentina, da Bolívia e do Peru concordaram na semana passada em enfrentar de forma conjunta o ressurgimento de febre aftosa em seus países, segundo informaram fontes oficiais.
O acordo surgiu após uma reunião na cidade chilena de Arica, a 2051 quilômetros de Santiago, da qual participaram os diretores do Serviço Agrícola Pecuário do Chile, Carlos Parra, e dos órgãos homólogos da Argentina, Jorge Amaya; da Bolívia, Luis Eduardo Ali; e do Peru, Elsa Carbonel.
“Esta reunião é um sinal claro para a comunidade internacional do interesse máximo dos quatro países de enfrentar com decisão e êxito os episódios de febre aftosa que neste momento afetam o Cone Sul”, disse Parra.
Na semana passada, foi registrado um foco de febre aftosa na Província do norte Argentina de Salta, situação que levou à suspensão preventiva e temporária da entrada no Chile de todo produto de origem pecuário que seja de risco, o que inclui carnes. Esta situação se une à detecção de uma série de focos na Bolívia, além dos reportados no sul do Paraguai.
O Chile importa um terço das 300 mil toneladas de carne bovina que consome e, deste total, 19% vem da Argentina. O país importa carne também do Brasil – 70% -, e do Uruguai – 11% -, segundo dados da Secretaria da Agricultura e Pecuária do país de maio de 2003.
Na reunião de Arica também foram informadas as ações de controle e prevenção tomadas pelos países sul-americanos, e das atividades de cooperação entre as entidades responsáveis pela sanidade animal da Bolívia, do Chile e do Peru. Os três países têm vigente um convênio sobre a cooperação na saúde animal, que data de 1993 e que tem como objetivo determinar as bases legais e operacionais para coordenar e homologar estratégias sanitárias e de comércio pecuário na fronteira.
O Chile é um país livre de febre aftosa desde 1981, apesar de ter sofrido o reaparecimento de dois focos em 1984 e 1987, que foram controlados, mas significaram perdas de milhões ao país, segundo Parra. Desde 1987 o Chile não apresentou casos da doença e mantém sua condição de nação livre de febre aftosa.
Fonte: El País, adaptado por Equipe BeefPoint