Os Estados Unidos poderão exportar o maior volume de carne bovina já registrado em 2011, após dobrar sua participação no mercado mundial em quatro anos, à medida que a demanda da Ásia revive a indústria de exportação de US$ 3,84 bilhões, dizimada pela Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Os Estados Unidos poderão exportar o maior volume de carne bovina já registrado em 2011, após dobrar sua participação no mercado mundial em quatro anos, à medida que a demanda da Ásia revive a indústria de exportação de US$ 3,84 bilhões, dizimada pela Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Os envios aumentarão em 17%, para 1,22 milhão de toneladas, nesse ano, excedendo o recorde anterior registrado em 2003, de acordo com o CattleFax, organização com sede em Centennial, Colorado, que tem avaliado a indústria há quatro décadas. O comércio global de carne refrigerada, incluindo o comércio feito via terrestre, expandiu em 2%, para 31 milhões de toneladas, no ano passado, informou a unidade do Clarkson Research Services Ltd.
O aumento nas vendas é parte de um boom agrícola que gerará uma receita recorde de US$ 94,7 bilhões esse ano, à medida que os produtores rurais americanos preenchem as lacunas deixadas pelas secas e enchentes que prejudicaram as colheitas, estimou o Governo dos Estados Unidos. Os consumidores dos Estados Unidos enfrentaram os maiores preços varejistas para a carne bovina nos primeiros quatro meses e os custos aumentarão em 8% nesse ano, mais do que qualquer outro grupo alimentício, disse o Governo.
“Nós nunca teríamos tido preços recordes sem os mercados de exportação muito robustos”, disse o diretor do Livestock Marketing Information Center, companhia de pesquisa de Denver financiada por universidades, indústria e Governo, Jim Robb. “Em alguns casos, o crescimento medíocre no consumo doméstico está sendo compensado por esses mercados de exportação”.
A Coreia do Sul é o maior comprador de carne bovina dos Estados Unidos e as vendas mais que dobraram nos primeiros quatro meses do ano, após a febre aftosa ter reduzido a oferta doméstica nesse mercado. As importações totais da nação asiática nesse ano serão as maiores desde 2003, estimou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A Coreia do Sul reportou 89 casos de febre aftosa desde janeiro de 2010, segundo dados da Organização Mundial para Saúde Animal.
A recuperação das exportações de carne bovina dos Estados Unidos sinaliza que a indústria se recuperou dos danos causados pelo surgimento de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), registrado em 2003. As vendas externas caíram em 82%, para 208,78 mil toneladas no ano seguinte, mostraram dados do Governo. A doença foi registrada em três vacas dos Estados Unidos, a última delas em 2006. O Reino Unido registrou mais de 184.000 casos da doença desde 1987, e acordo com a Organização Mundial para Saúde Animal.
A demanda por carne bovina está sendo direcionada por uma expansão na classe média da Ásia, disse o presidente da Associação Nacional de Produtores de Carne Bovina dos Estados Unidos, Bill Donald, que é dono de uma fazenda em Montana. As vendas aumentaram a receita dos produtores, porque os consumidores asiáticos estão preparados para pagar mais pelos cortes que não têm demanda domesticamente. A língua é vendida por cerca de US$ 19,84 o quilo na Ásia e cerca de US$ 2,2 nos Estados Unidos, disse Donald.
A reportagem é do Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.