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USDA espera aumento no plantio de milho nos EUA e preços recuam

O tão esperado relatório de área plantada do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de ontem veio na direção contrária ao que o mercado previa. Os números indicam aumento na área de milho e queda na de soja.

O tão esperado relatório de área plantada do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de ontem veio na direção contrária ao que o mercado previa. Os números indicam aumento na área de milho e queda na de soja. As previsões do mercado apontavam exatamente o oposto.

A reação do mercado foi uma forte queda nos preços do milho, empurrando para baixo também os da soja.

Esse novo cenário externo mexe também com o interno. O possível quadro de desabastecimento de milho previsto com a quebra de safrinha fica bem mais distante.

Os preços externos em queda tornam o milho brasileiro menos competitivo, e as exportações podem não atingir os 9 milhões de toneladas previstos para este ano. Além disso, a demanda externa está em queda. O recuo nos EUA foi de 16% entre abril e junho em relação ao primeiro trimestre.

Perdem os produtores brasileiros, que, com a quebra de safra, ainda podiam compensar parte desse recuo de produção com os preços mais elevados.

Ganham o setor de rações, os suinocultores, avicultores e confinadores, cujos custos não devem subir tanto como se previa no início da semana devido às geadas no Paraná. Na próxima semana, o frio poderá voltar, afetando ainda mais a produção de milho. Enquanto a produção paranaense é afetada por geada, a do Centro-Oeste foi prejudicada pela seca.

Esse novo cenário de preços, se persistir, trará alívio também para os produtores de álcool nos EUA, onde os custos tiravam a margem de lucro das indústrias.

Fernando Muraro, da AgRural, diz que o quadro atual é de dois cenários. Negativo externamente e positivo internamente. Na avaliação dele, o produtor precisa ficar muito atento à evolução do mercado. Capitalizados, eles podem segurar o cereal nos armazéns. Se essa área de plantio norte-americana se confirmar – a segunda maior desde 1944 – e a safra for boa, os preços ficam menos atrativos até o final do ano.

Alguns analistas, porém, julgam que ainda é cedo para uma confirmação desses dados de plantio nos EUA. A pesquisa foi feita na primeira quinzena de junho, quando os preços do milho ainda eram recordes e puxavam a intenção de plantio. O quanto foi plantado e as possíveis perdas futuras, devido ao plantio fora da época ideal, só aparecerão nos próximos relatórios, diz Daniele Siqueira, da AgRural.

A nova área de milho prevista pelo USDA é de 37,3 milhões de hectares, acima dos 36,7 milhões estimados no início de junho. Já a de soja recua para 30,4 milhões de hectares. O primeiro contrato de milho teve forte baixa em Chicago, recuando para US$ 6,29 por bushel (25,4 quilos). A soja caiu para US$ 13,06 por bushel (27,2 quilos).

A matéria é de Mauro Zafalon, publicada na Folha de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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