O BeefPoint lançou seu prêmio mais importante do ano para reconhecer e celebrar quem faz a diferença na pecuária de corte brasileira.
Nosso trabalho é focado em 3 pilares: conhecimento, relacionamento e inspiração. Tudo isso com foco em uma pecuária mais moderna, lucrativa e eficiente. Realizar um prêmio que seja uma festa e uma homenagem a essas pessoas especiais da pecuária de corte é a melhor maneira que encontramos para trazer inspiração a todos os envolvidos na cadeia da carne. Celebrar e destacar os bons exemplos é o caminho que encontramos e por isso estamos fazendo o Prêmio BeefPoint Brasil 2013.
A premiação ocorreu durante nosso maior evento de 2013, o BeefSummit Brasil, que reuniu mais de 1.000 pessoas em Ribeirão Preto, SP, nos dias 10 e 11 de dezembro de 2013.
A cerimônia de entrega dos prêmios e divulgação dos ganhadores foi no final do dia 10 de dezembro, após as palestras e antes do coquetel com Chopp Pinguim e degustação de carnes especiais.
Para conhecer melhor os finalistas de cada categoria, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com cada um deles.
Confira abaixo a entrevista com Luis Adriano Teixeira, um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Brasil, na categoria Produtor de Genética.
Luis Adriano Teixeira é médico veterinário, formado pela USP, possui MBA em gestão do agronegócio pela FGV, com mais de 17 anos de experiência em programas de melhoramento genético de gado de corte, tendo atuado no departamento técnico da CRV Lagoa, gerencia operacional do programa Montana e desde 2003 é o coordenador de pecuária da Agro-Pecuária CFM, maior produtora independente de touros com avaliação genética CEIP do Brasil, com clientes em mais de 20 estados e atuando no Brasil e exportações para o Paraguai.
A CFM é também uma produtora comercial como qualquer outro pecuarista no Brasil, focada em produzir um boi gordo criado a pasto no menor tempo e dentro dos padrões de qualidade da indústria para recebimento de bônus acima da arroba de boi gordo. É uma produtora secular, atuando no Brasil desde 1908. Em 1980 iniciou seu próprio programa de melhoramento e seleção de touros Nelore focado 100% em criação a pasto e em características de real valor econômico com ganho de peso a pasto, conformação de carcaça e precocidade sexual.
BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do Brasil hoje?
Luis Adriano: Acho que “dentro da porteira” seja o aumento do uso de tecnologia no setor de cria, desde o uso de touros efetivamente melhoradores, deixando de usar o boi ponta de boiada, até o aumento do uso da inseminação aonde é viável para melhorar os índices de produtividade da pecuária.
É claro que na fase de recria (se ainda existe) e engorda tem o que ser melhorado, mas muita coisa já foi feita e o maior gargalo atual está na cria. Já existe muita melhora dos níveis de produtividade da cria, tanto que acredito que parte deste aumento atual do abate de fêmeas são fêmeas improdutivas que estão saindo do processo e não afetam em nada a produção de bezerros, pois já eram marginais sem nenhuma produtividade.
Agora “fora da porteira” está o maior desafio, que entendo que seja iniciar e falar com o mercado consumidor para que a sociedade urbana entenda a necessidade do agronegócio e que a pecuária é na verdade uma aliada da sustentabilidade e totalmente necessária para geração de valor e riqueza, assim como a única forma de alimentar toda esta crescente demanda local e global por proteína de maior qualidade.
BeefPoint: O que o setor deveria fazer para aumentar sua competitividade no Brasil?
Luis Adriano: Focar os esforços nos principais desafios que mencionei: aumentar a eficiência da cria e melhorar a nossa representação perante a sociedade.
Falta na pecuária uma entidade aglutinadora e que “fale por todos”, temos várias entidades em separado, cada um fazendo seu trabalho de formiguinha e defendendo sua parte. Precisamos de uma entidade/órgão maior com executivos contratados que possam defender nossos direitos e interesses e explicar para a sociedade local e global que a pecuária brasileira é a melhor opção para atender a demanda global de proteína bovina com sustentabilidade e agregação de valor.
BeefPoint: Você poderia nos contar sobre os acertos? O que fez e deu certo em sua carreira? Qual a sua maior realização?
Luis Adriano: O acerto mais recente foi um passo no sentido de melhorar a integração da CFM com seus clientes com a criação do CFM BullTrade. Uma ferramenta que possibilitou a criação de maior demanda pelos touros da CFM, e ao mesmo tempo facilitou a compra e estruturação do fluxo de caixa para o cliente. Nessa modalidade de venda o cliente compra os touros, mas indexa o pagamento em arroba de boi gordo, ou seja, a sua moeda de receita da fazenda, e com prazo maiores para pagamento.
É um amadurecimento da cadeia, melhorando a relação e transparência entre comprador e vendedor, com maior estruturação e contratos. Conseguimos trazer este modelo mais profissional da agricultura para o setor pecuário, mostrando maior maturidade de ambas as partes.
BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?
Luis Adriano: Com certeza já fiz muita coisa errada, e acho que o mais importante é conseguir aprender com erros para evitá-los novamente e tirar aproveitamento deles. Só erra quem tenta fazer algo.
Em 2005, tentei fazer um primeiro piloto desta forma de venda de touros indexada em arroba de boi gordo, mas tive dois problemas: o negócio não estava bem estruturado, então acredito que o cliente não conseguiu entender bem o negócio, e logo na sequência tivemos o caso de Febre Aftosa no Mato Grosso do Sul que acabou “travando” todo o mercado, e, portanto, acabamos perdendo todo esforço comercial, de divulgação e não ocorreu nenhuma venda.
Faltou analisar melhor as necessidades e dúvidas do cliente para que esta nova forma de venda pudesse ser compreendida e aceita pelo pecuarista, e ai junto com o fator externo que travou o mercado do boi gordo emperrou todo negócio.
BeefPoint: O que você fez em 2013 que te trouxe mais resultados?
Luis Adriano: Como mencionado a acima, foi a consolidação do sistema de venda CFM BullTrade, criado em 2012, mas consolidado e que realmente mostrou sua maturidade agora em 2013, quando tivemos a finalização do 1º ciclo de venda lançado em 2012 e nova aceitação do mercado com a realização de novas vendas neste sistema em 2013.
BeefPoint: O que você pretende fazer em 2014? Quais são seus planos?
Luis Adriano: Quero atuar mais nesta relação entre a CFM e seus clientes. Entendo que existe um grande espaço para aumentarmos nossas parceiras, desde melhor relacionamento onde podemos entender melhor as necessidades de nossos clientes, uma maior troca de experiências e o que esta dando resultado para que todos ganhem mais com a pecuária, até a criação de relações comerciais de longo prazo.
BeefPoint: Por que você acha que foi finalista do Prêmio BeefPoint Brasil?
Luis Adriano: Com certeza a CFM realiza um trabalho pioneiro, com alta qualidade e ótimos resultados na produção de carne e em seu programa e melhoramento e produção de touros. Todo este trabalho recebe o reconhecido pelo mercado através do resultado do uso de seus touros e sêmen em todo Brasil, e como responsável pela parte de pecuária os clientes, parceiro e pessoas do agronegócio relacionam este trabalho com as pessoas envolvidas.
Todo este trabalho não é mérito meu, e sim de todo um grupo envolvido, desde ao pessoal de campo nas fazendas, escritório até os professores e técnicos que nos assessoram em todo trabalho. Este reconhecimento também é para eles, afinal é o resultado de todo um time.
Confira algumas fotos da Agro-Pecuária CFM:
1 Comment
Luis Adriano.
Parabéns pela forma de pensar a pecuária de corte.
A ideia de unir as pontas.
Do Produtor ao Consumidor é a grande necessidade atual.
Aglutinar, pela informação, ação e finalmente a escolha e negociação do produto
Carne Bovina, até as mãos do consumidor final.
É de consenso a ideia de integrar a cadeia por alguém que olhe todos com
a mesma importância e conduza o negócio em equilíbrio econômico para todos.
De maneira muito atrapalhada as coisas vão andando, mas é urgente a necessidade
de entrar numa situação de controle e estabilidade da cadeia.
Entre produtores e demais envolvidos as conversas fluem, mas quando chega ao consumidor quem fala nos diferenciais de tipos de carnes, de que bois e onde e como são criados, quem é?
ACARNE BOVINA, é o prato principal para muitas pessoas, é com ela que se faz festas, é com ela que se comemora.
É legitima a oportunidade que o produtor tem de poder acompanhar seu produto
desde sua criação no campo até o ponto de vendas, e ir além informar o consumidor
suas qualidades e melhores maneiras de utilizar.
Esta surgindo a necessidade do produtor levar a diante a comunicação com o
consumidor.
Vai precisar se dedicar mais em vender do que produzir.
Como produzir com CUSTO, ESCALA e QUALIDADE, não temos mais duvidas.
O conhecimento não tem substituto.
Quem não tem é que mais perde neste jogo.
No sul operamos num sistema integrado do Pasto ao Prato.
Numa plataforma muito bem elaborada, na produção, transformação e comercio de carnes.
Já saímos das conversas e comentários.
Somos solidários aos sistemas integrados, juntos somos mais fortes e
o que é forte não quebra.
Att.,
Panazzolo,
Engenharia Agrícola lt
É Engenharia dos números na Pecuária.