O Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo (tabela1), deixando para trás Austrália e Estados Unidos, os dois primeiros do ranking de 2002.
Caso mantenha esse ritmo de crescimento, o Brasil deve consolidar a nova posição num curto espaço de tempo.
È válido lembrar que somente 16 a 17% da produção brasileira é negociada no mercado internacional (previsão para este ano). A Austrália, por exemplo, exporta aproximadamente 65% de toda carne bovina produzida no país.
A participação das exportações em relação ao volume total das vendas nacionais deve aumentar gradualmente. Isso porque a produção brasileira está crescendo, ao passo que a demanda interna está estagnada em algo próximo a 37 kg per capita há 3 anos. O mercado externo é a válvula de escape.
Segundo números da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), nos últimos 4 anos a produção brasileira de carne bovina aumentou 17,3%. Este ano deve se aproximar de 7,4 milhões de toneladas em equivalente carcaça.
E o Brasil será chamado a produzir cada vez mais. Observem na tabela abaixo um ensaio da evolução do consumo mundial de carnes nos próximos anos.
Só a União Européia gastou em 2002 cerca de US$180,00 bilhões em subsídios. Num câmbio de R$2,85 por US$1,00, isso equivale a aproximadamente 300% do total do PIB agropecuário brasileiro (setor primário) no mesmo ano, que foi de R$127,79 bilhões.
No Brasil, o custo de produção é relativamente baixo, aproximadamente 50% inferior ao registrado, por exemplo, nos Estados Unidos e Austrália. Isso porque nosso sistema de produção é baseado em pastagens.
Para tanto, contamos com clima favorável, índice pluviométrico adequado e temperatura elevada, além de boa intensidade de luz. As forrageiras e os animais aqui explorados já estão perfeitamente adaptados a esse meio.
Ainda, as instituições de pesquisa brasileiras estão entre as melhores do mundo e, apesar do grande salto de produtividade alcançado pela pecuária nacional nos últimos anos, quase nada da tecnologia por elas desenvolvida já foi aplicada no campo.
As médias de produção no Brasil, com lotações de 0,6 U.A./ha (1 UA =unidade animal = 450 kg de peso vivo), giram em torno de 55 kg de carcaça por hectare por ano e a taxa de natalidade do rebanho em torno de 60%.
O professor Moacir Corsi já dizia, em 1986, que poderia se estabelecer objetivos com níveis de lotação de 6,0 U.A./ha, produção de 600 kg de carcaça/ha e 92% de natalidade.
Seguindo o raciocínio do professor, observem na tabela abaixo as estimativas da evolução do rebanho brasileiro, que conta hoje com cerca de 178 milhões de cabeças, à medida que se aumentam as taxas de lotação.
Se chegássemos realmente a 6,0 U.A./ha, poderíamos colocar todo o rebanho do mundo dentro do país, evidenciando o tamanho do potencial de produção do Brasil.
Segundo o geneticista francês Dominique Buzzard, citado pelo jornalista Joelmir Betting no jornal O Estado de São Paulo, a carne bovina do século 21 será, pelo menos, dois terços de origem brasileira. Realidade bastante próxima.
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Parabéns pelo artigo.
Para nós produtores é uma injeção de ânimo, para investirmos mais na pecuária de corte.
Minha fazenda situa-se no leste de Minas Gerais produzo leite em gado até 1/2 sangue em baixadas irrigadas e consorciadas de braquiarias ou panicuns com leguminosas, mas a maior parte da fazenda está destinada a pecuária de corte com ótimos resultados.
Atenciosamente,