O desempenho das exportações em fevereiro confirma a retomada do comércio mundial de carne bovina, segundo avaliação da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Dados divulgados ontem pela entidade mostraram crescimento do volume embarcado e do preço médio no mês passado, em comparação com o mesmo período de 2009. Para os próximos meses, a expectativa é de continuidade desse movimento, com espaço, inclusive, para novos aumentos de preço.
O desempenho das exportações em fevereiro confirma a retomada do comércio mundial de carne bovina, segundo avaliação da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Dados divulgados ontem pela entidade mostraram crescimento do volume embarcado e do preço médio no mês passado, em comparação com o mesmo período de 2009. Para os próximos meses, a expectativa é de continuidade desse movimento, com espaço, inclusive, para novos aumentos de preço.
Segundo a Abiec, o destaque do mês de fevereiro foi o aumento de 18% no preço médio da carne embarcada, que atingiu US$ 3.533 por tonelada. “O preço médio nos surpreendeu”, disse o diretor executivo da Abiec, Otávio Cançado.
Segundo ele, a retomada da demanda contribuiu para que os brasileiros vencessem a queda-de-braço com os compradores da carne brasileira conseguindo renegociar os preços do produto.
Para 2010, mesmo que o real apresente desvalorização em relação ao dólar, o representante da Abiec acredita que será possível promover novos reajustes. “Se a demanda continuar se
recuperando, podemos ter novos aumentos de preço”, disse Cançado.
O baixo nível dos estoques nos países importadores e a queda no fornecimento de alguns dos principais produtores mundiais, como Argentina e Austrália, contribuem para formar a expectativa de aumento do preço médio de exportação da carne brasileira. Cançado reafirmou a expectativa de crescimento de 10% em volume e de 15% na receita obtida com as exportações de carne bovina para este ano.
No primeiro bimestre de 2010, a Rússia foi o principal destino das exportações de
carne in natura, recebendo 26% do total embarcado. O Irã ficou com a segunda posição, com uma fatia de 18%, mas apresentou a maior taxa de crescimento (195% em volume). Em seguida aparecem Hong Kong (com participação de 11%), Venezuela (7%) e Egito (5%). Entre os principais importadores da carne bovina brasileira, a Argélia foi o único país a apresentar queda em volume nos dois primeiros meses do ano (-12%).
“A relação comercial com o Irã cresceu nos últimos cinco meses, e as exportações vão aumentar mais… O Brasil não tem ideologia, tem comércio. Se um país tem condições de comprar, vamos vender. Essa é política do governo brasileiro e das empresas”, declarou o diretor-executivo.
Cançado prevê que as vendas podem crescer mais, com a China finalmente importando diretamente a carne brasileira, que atualmente entra no país via Hong Kong. Ele prevê que até o segundo semestre deverá estar tudo pronto para o Brasil exportar aos chineses.
Outra boa expectativa é com a União Europeia, que poderia flexibilizar a entrada de fazendas habilitadas na lista das que podem fornecer gado para as indústrias exportadoras aos europeus, disse o executivo, confiando no resultado de uma missão técnica da UE que está no Brasil. O preço médio da carne exportada à UE, tradicionalmente o maior, chegou a 7,4 mil dólares por tonelada. “Estamos perto de romper a barreira dos 8 mil dólares de 2007”, disse ele, referindo-se aos melhores momentos das exportações de cortes nobres do Brasil. A alta no valor da carne exportada aos europeus ocorre também em função do número reduzido de fazendas brasileiras habilitadas, atualmente 1.875. “Um equilíbrio seria com no mínimo 5 mil fazendas, e se tiver mais, exportaremos mais.”
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.