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Acordo entre frigoríficos no Paraguai contraria Minerva

O frigorífico paraguaio Concepción está próximo de um acordo de prestação de serviços com o conterrâneo Frigonorte, apurou o Valor. De acordo com uma das fontes consultadas pela reportagem, as partes já até bateram o martelo, na tarde de quinta-feira. 

O negócio é mais um revés para a brasileira Minerva Foods, que havia assinado um acordo do gênero com o Frigonorte mas teve a operação vetada pelo órgão antitruste do Paraguai. 

Com quatro abatedouros no país sul-americano, a Minerva já é a maior indústria de carne bovina local, respondendo por quase 38,5% da capacidade de abate. O Concepción é o segundo maior frigorífico do país, com participação de 21,3%. Se o contrato com o Frigonorte tivesse sido aprovado, a fatia da Minerva – por meio da subsidiária Athena Foods – chegaria a quase 45%, de acordo com a autoridade antitruste paraguaia. 

Quando firmou o acordo com o Frigonorte, em junho, a Minerva foi alvo de muitas críticas de pecuaristas paraguaios, que consideravam que a transação daria uma participação de mercado excessiva para o grupo brasileiro. 

Em meio às críticas, o acordo passou a ser investigado pela Comissão Nacional da Concorrência (Conacom) do Paraguai. Em setembro, o órgão antitruste reprovou o negócio por considerar que representava uma forma de bloquear o acesso imediato de concorrentes ao mercado paraguaio. 

Apesar disso, a Minerva ainda tenta reverter a decisão e já informou que entrará com recurso judicial. O entendimento é que o acordo com o Concepción teria os mesmos efeitos apontados pela Conacom, já que o grupo paraguaio também é grande no país. Ainda não está claro qual será a reação do órgão antitruste. 

Em dificuldades financeiras, o Frigonorte está parado e acumulou dívidas com pecuaristas. Em junho, o Valor informou que esses débitos somavam US$ 4 milhões. Localizado em Pedro Juan Caballero, na divisa com o Mato Grosso do Sul, o Frigonorte chegou a faturar cerca de US$ 150 milhões por ano. 

As dificuldades financeiras da empresa ocorreram após o envolvimento de um de seus sócios nas investigações que ocorrem no Brasil contra o doleiro Dario Messer.

Antes do acordo com a Minerva, os sócios do Frigonorte chegaram a negociar a venda da empresa para a também brasileira Marfrig Global Foods, mas o negócio não prosperou em meio a divergências no processo de auditoria. 

A Marfrig ainda está interessada em ingressar no mercado Paraguaio e, recentemente, anunciou um plano de investir US$ 100 milhões para construir um frigorífico, em sociedade com pecuaristas locais. 

O Paraguai é considerado um mercado de boa rentabilidade para os frigoríficos, e tem como uma das vantagens o baixo custo com energia elétrica. Procurada, a Minerva não comentou. 

Fonte: Valor Econômico.

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