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Adesão de produtores à rastreabilidade ainda é pequena

O processo de certificação da carne vem mostrando a toda a cadeia que este é um conceito que veio para ficar. “Dentro da prática de campo que se teve nos últimos seis meses foi possível ver que dá para se fazer do jeito que está nas normas e como o mercado comprador quer, para que se tenha credibilidade”, afirma Leandro Ries, diretor de marketing da certificadora Planejar.

A certificação deve ser feita a campo (na fazenda) com sistema de identificação individual. O cadastro deve ser enviado ao MAPA para ser homologado e, após o retorno do SISBOV, a empresa dá o certificado.

O ideal é que a certificação ocorra no mínimo 40 dias antes do abate para que o animal fique mais tempo no sistema e o produtor entregue a carne já certificada, sem que o frigorífico tenha que se preocupar com isso na hora do abate. Mas, de acordo com Ries, esse mínimo de 40 dias ainda está sendo estudado.

Valmir Rodrigues, da certificadora Biorastro diz que grande parte das certificações é feita no frigorífico, já que o processo ainda está em fase de implantação. “A certificação com poucos dias de antecedência do abate pode ser idônea, desde que seja bem feita. O mercado aceita esse tipo de certificação e ela está prevista por lei, desde que parte de um processo gradual para chegar a um tempo maior no sistema”, afirma Leandro. Para Valmir, a rastreabilidade, hoje, é uma exigência de mercado e os frigoríficos estão percebendo isso. “O Paraguai, por exemplo, foi cortado como fornecedor pela comunidade européia por causa da aftosa e por falta de rastreabilidade”.

Por parte dos produtores, a adesão ainda é pequena, pois o processo está em fase de implantação. Os criadores que já identificam e rastreiam a carne com mais antecedência podem se sentir prejudicados pelo fato de se poder fazer a certificação com poucos dias antes do abate.

Novas empresas certificadoras têm se credenciado junto ao MAPA e a ACERTA, associação das certificadoras, tem buscado uní-las para que atuem de forma padronizada. A associação também tem procurado contribuir com os ajustes que precisam ser feitos, ao mesmo tempo consolidando o que já está certo. As sugestões de ajustes são mais de ordem técnica, como horário de atuação, assessoria de informática etc, porque o SISBOV, em si, está correto, foi estabelecido a partir de um conceito internacional.

Para expandir a adoção da identificação e rastreabilidade por parte dos produtores, Valmir acredita que seria necessário fomentar a fiscalização e fazer valer o que está na normativa. Ele sugere que o MAPA controle a emissão dos certificados, que faça valer a regra e que o processo de identificação e certificação tenha maior divulgação.

É preciso que o MAPA realize auditorias nas empresas certificadoras e na cadeia da carne como um todo, para que o processo seja feito de maneira íntegra. A demanda dos importadores internacionais pela rastreabilidade é grande, afinal, este é um pré-requisito para se manter e se abrir novos mercados.

Fonte: Thais de Alckmin Lisbôa, para BeefPoint

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