Presidente mundial da montadora New Holland, que atua com tratores e colheitadeiras, o italiano Carlo Lambro vem ao Brasil de dois em dois meses.
Em dezembro, ele esteve em Curitiba, sede de uma das fábricas do grupo. Ao lado do vice-presidente para a América Latina, Alessandro Maritano, balançava a cabeça em consentimento quando o colega falou que o agronegócio é “a galinha dos ovos de ouro” da economia brasileira.
“O setor não vai ser impactado facilmente por mudanças políticas, porque tem um peso muito grande. Quem mexer pode matar a galinha dos ovos de ouro”, diz Maritano, que lidera as operações no Brasil.
Para os executivos, o agronegócio tem ajudado a arrefecer a crise e pode impor uma marca positiva no PIB brasileiro ainda em 2017.
A empresa, que trabalha especialmente com pequenos e médios agricultores, viu uma retração nas vendas nos últimos dois anos: caíram entre 50% e 60%, uma “queda dramática”, segundo Lambro.
A partir de outubro, houve uma “tendência de inversão”. Em novembro, as vendas da New Holland quase dobraram em relação ao mesmo mês de 2015 —e a expectativa é positiva para 2017.
O italiano prevê um crescimento de 15% a 20% no mercado de máquinas agrícolas brasileiro. A New Holland detém 31% dele em colheitadeiras e 18% em tratores.
Para Lambro, a instabilidade política brasileira causou mais prejuízo do que a crise econômica em si, ao mexer com as expectativas dos agricultores.
Para o futuro, a empresa aposta em combustíveis renováveis: está em fase final de testes no Brasil um trator movido a biometano, com dejetos de animais ou biomassa. O equipamento está em testes no interior do Paraná, numa parceria com a Itaipu Binacional.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.