Ao longo da última semana as compras de animais terminados voltaram a correr em bons volumes.
A oferta de gado terminado em pastejo, sobretudo fêmeas (que chegam mais rápido), aumentou significativamente. Além do mais, o sentimento de que realmente a cotação da arroba não subiria mais neste final de ano estimulou o produtor a vender.
Teve também quem pagou mais, a fim de afrouxar bem as escalas para se resguardar de qualquer problema no decorrer do período de festas. Por 3 dias compradores paulistas voltaram a ofertar R$62,00/@, a prazo, para descontar o Funrural pelo boi rastreado. No Mato Grosso do Sul foram registrados negócios a R$60,00/@, nas mesmas condições.
Agora bem posicionados, os frigoríficos passaram a impor novos recuos. Em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo, há quem já esteja acertando as matanças da primeira semana de janeiro.
Mesmo no Triângulo Mineiro e Sul de Goiás, onde os negócios corriam com muita dificuldade (havendo, inclusive, frigoríficos abatendo apenas 4 dias por semana), já se compra melhor. As programações de abate nessas regiões atendem, em média, 6 dias.
Já no Sul do país o ambiente ainda é de poucos negócios. Os compradores trabalham bem ajustados, porém, resistem aos reajustes. Na região de Erechim (RS) as cotações chegaram a cair (gráfico), reflexo do fraco desempenho das vendas de carne e do movimento observado na maioria das praças.
O mercado pode voltar a trabalhar em ambiente mais firme no início de 2004. Isso porque os compradores devem voltar desabastecidos do período de festas, tradicionalmente ruim de negócios. A recuperação dos preços irá depender da disposição do produtor em controlar a oferta.