O mercado do boi gordo segue de lado na maioria das praças pesquisadas. As poucas alterações registradas para o boi gordo, ao longo dos últimos 7 dias, estão dispostas na tabela 1.
Tabela 1. Variações das cotações do boi gordo na última semana
Em outras, ainda tem boi de pasto, principalmente na base de sal proteinado ou sal com uréia. Essa é a realidade, por exemplo, do Mato Grosso do Sul. Portanto, a chegada do frio e da chuva ainda pode jogar mais gado no mercado.
É preciso considerar que caso essa “desova” realmente aconteça, ela tende a ser rápida. Os veranicos do primeiro semestre castigaram demasiadamente as pastagens sul mato-grossenses, não havendo, portanto, muito capim para estragar. Esse, aliás, é um problema sério que os semiconfinadores terão que administrar este ano.
Os grandes frigoríficos paulistas reportam que cerca de 80% das escalas estão sendo formadas com animais de outros Estados. Um deles, inclusive, chegou a abrir ordens de compra a R$52,00/@, a prazo, para descontar o funrural para o boi gordo de dentro do Estado, R$3,00/@ a menos que o preço referência.
Fez isso porque já não compra quase nada em São Paulo. Aliás, R$52,00/@ é o que ele vem ofertando pelo boi do Sul de Goiás ou do Triângulo Mineiro. O que o frigorífico fez foi igualar os preços dentro e fora do Estado.
Além de buscar quase todo gado fora do Estado, os “grandões” de São Paulo aumentaram o raio de compra. Já chegam, com relativa freqüência, ao Norte do Mato Grosso, ofertando cerca de R$50,00/@, a prazo, para descontar o Funrural pelo boi gordo.
Para o curto prazo, a tendência é que as cotações da arroba permaneçam estáveis na maioria das praças pesquisadas. Em algumas regiões, em função de situações particulares de oferta e demanda, podem ser registradas alterações, mas nada que indique uma tendência.
Logo que for comercializado o resto de gado de pasto, o mercado deve começar a trabalhar em ambiente firme, com preços em recuperação. Mas o dólar, que voltou a cair, ainda é a maior barreira aos reajustes.