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Análise Semanal – 24/05/2005

Ao longo da última semana as cotações do boi gordo mantiveram-se estáveis na maioria das praças pesquisadas. Recentemente, chegaram até a se recuperar um pouco em algumas regiões. No entanto, permanecem extremamente baixas.

Em relação ao mesmo período do ano passado, não reagiram nem em reais nominais, conforme exposto na tabela 1.

Tabela 1. Variações das cotações do boi gordo, em R$/@ a prazo, de maio/04 a maio/05


Com exceção do Rio Grande do Sul, as cotações recuaram significativamente. No extremo sul do país verifica-se hoje uma forte redução da oferta de animais terminados, por conta da estiagem prolongada, que levou à uma desova de gado antecipada e forçada.

No entanto, a inflação do período (IGP-DI) foi de cerca de 9%. Assim, até mesmo os pecuaristas gaúchos foram castigados pela perda de renda. Sem contar que, mesmo com a ligeira recuperação nominal, os preços pagos pelo boi do Rio Grande do Sul continuam entre os mais baixos do país. Seria preciso que subissem muito para trazer algum alento aos produtores locais.

Além do fraco desempenho das vendas internas de carne bovina, o dólar segue como um dos principais entraves à recuperação das cotações da arroba. Agora caiu para baixo de R$2,43, patamar mais baixo desde maio de 2002.

No fechamento desta coluna a BM&F apontava, para o boi de outubro, algo equivalente a R$62,84/@, a prazo. Como já foi colocado aqui outras vezes, este seria o outubro mais baixo dos últimos 30 anos, provavelmente da história, considerando uma série de preços corrigidos pelo IGP-DI.

Em dólares, porém, a conversa é outra. Equivaleria, com base no câmbio de hoje, a quase US$26,00/@, uma das cotações, para outubro, mais altas da história. São as distorções do real supervalorizado.

Por conta disso alguns frigoríficos paulistas abriram ordens de compra hoje, para o boi gordo, a R$54,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. Essa já seria a cotação mais baixa da história. Por enquanto, ainda se consegue R$55,00/@, nas mesmas condições.

Os grandes compradores paulistas tentam derrubar as cotações dentro do Estado, onde já tem pouco boi, e mantêm os preços pagos pelo boi de praças vizinhas, como Triângulo Mineiro, Sul de Goiás e Mato Grosso do Sul. Comportamento normal de final de safra.

Em algumas regiões, onde os pastos já encontravam bastante castigados, a chuva e o frio podem promover um aumento de oferta, levando ao mercado o que ainda resta de gado terminado em pastejo.

Ainda assim, para a maioria das praças, a tendência é que os preços permaneçam estáveis. Ajudaria muito se o dólar achasse logo o fundo do poço e, portanto, parasse de cair.

0 Comments

  1. Hermes Jose de Morais disse:

    Diante da expectativa de melhores preços por @ de boi gordo e dólar baixo, a realidade hoje é que ainda estamos conseguindo vender mais barato os nossos produtos. O rebanho brasileiro é grande e para ano que vem vai sobrar boi no pasto se o governo não intervir urgente nas exportações.

    Os EUA 2 anos atrás sacrificaram o rebanho devido a doença da vaca louca e hoje já estão com a produção em dia.

    Na minha região já estão escolhendo até a raça que preferem abater como se a cor do animal fizesse diferença no gosto da carne.

    Não sou pessimista, sou realista, pois vender boi com imposto subsidiado pelo governo é a melhor forma de buscar investimento externo pois estamos enviando o que temos de sobra em troca do que temos de menos, sem precisar pagar capital e nem juros. Estou certo ou estou errado?