O frio veio forte novamente. Chegou a gear em algumas regiões, principalmente no Sul do país, porém a oferta de animais terminados pouco aumentou.
Na verdade, praticamente já não se tem boi de pasto. Por outro lado, o “grosso” dos animais de confinamento ainda não está terminado e, aqueles lotes que já poderiam ser colocados à venda, o produtor retém em engorda, pois sente que o momento é bom.
Como consequência, os compradores trabalham pressionados. As escalas são formadas para 3 ou 4 dias, ainda com falhas e redução do volume de abates diários.
A disputa pelo boi é grande, principalmente em função da ação dos frigoríficos paulistas, que intensificaram as buscas em outros Estados, chegando trazer gado do Mato Grosso. O mercado é comprador, uma vez que a demanda externa pela carne bovina brasileira é muito boa, e o mercado interno está enxuto.
Assim, o ambiente é favorável à valorização da arroba, e realmente os preços estão subindo diariamente. Ao longo da semana chegaram a ser pontuados reajustes de R$2,00/@ de um dia para o outro em algumas regiões.
Ofertas de compra acima do preço referência são registradas em praticamente todas as praças. Em geral, quem tem boiada de qualidade, e rastreada, tem conseguido um sobre-preço, a isenção do funrural, ou a redução do prazo de pagamento.
Em São Paulo, por exemplo, o boi gordo rastreado já é negociado a R$60,00/@, a prazo, livre de funrural. Alguns lotes não rastreados, na “porta” do frigorífico, também conseguiram esse preço.
Os compradores acreditam que a pressão possa diminuir a partir de meados de setembro, quando devem chegar ao mercado os primeiros lotes significativos de animais de confinamento.