Análises comprovam maciez do zebu brasileiro

O Brasil pode consolidar, e até ampliar, suas exportações de carne bovina, sobretudo de zebu, no próximo ano. A expectativa é do gerente de Desenvolvimento de Produtos e Exportação da empresa de inseminação Lagoa da Serra, Maurício Lima. Segundo o executivo, o País superou a Austrália, seu maior concorrente na exportação de carne bovina, com vendas da ordem de 1,2 milhão de toneladas. Agora, com a comprovação, pelos próprios australianos, da maciez da carne dos animais da raça zebu, esse volume pode ser ampliado.

Para Lima, muitos negócios de exportação de carne bovina brasileira foram prejudicados a partir das análises feitas pelo Meat Animal Research Center (Marc), de Clay Center, Nebraska, Estados Unidos, que apontaram a carne zebuína como dura. “Agora, essa situação muda. Quebramos um paradigma”, disse.

Segundo ele, a partir de análises de amostras de DNA de touros nelore da central de inseminação, comprovou-se que a carne do zebu tem potencial genético para maciez. “E esse potencial assemelha-se, em algumas linhagens, ao das raças européias”.

A conclusão foi feita após análise do gene da calpastatina, enzima correlacionada geneticamente com a maciez da carne, realizada pela empresa australiana Genetic Solutions em 96 reprodutores de corte em coleta na central de inseminação Lagoa da Serra. Foram avaliados 71 touros zebuínos, 21 europeus e quatro sintéticos.

Por meio da avaliação, os touros puderam ser classificados com estrelas: nenhuma quando apresenta ausência do gene; uma com maciez; ou ainda duas, que representam muito potencial para maciez. “A freqüência encontrada do gene para a maciez da carne foi 77,5% nos reprodutores de raças zebuínas, com média de 1,55 estrela por touro. Nos animais das raças européias, 78,5%, com média de 1,57 estrelas por touro”.

Com os resultados da análise de DNA feita na Austrália, verifica-se que não existe impedimento genético para produzir carne macia no nelore. “Basta mantermos animais jovens, bem-acabados e manejados, carcaças com estimulação elétrica, não penduradas pelo garrão, sem choque térmico no túnel de resfriamento, além de carne bem-acondicionada e maturada, para ampliarmos as exportações de carne de zebu”.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Carlos Eduardo Cherem), adaptado por Equipe BeefPoint

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