Na esteira de selos para atestar o compromisso ambiental no campo como o da Carne Carbono Neutro, da Embrapa, e o Selo de Certificação Nelore Brasil, da Associação Nacional dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), a Associação Brasileira de Angus (ABA) está prestes a criar o seu selo de sustentabilidade de produção de carne.
A iniciativa nascerá do processo de certificação de sustentabilidade de fazendas ligadas à ABA. O processo será feito em parceria com a Embrapa e contará com a auditoria internacional da certificadora alemã TÜV Rheinland.
A oficialização desse programa será durante a Expointer, segundo o pecuarista e criador Nivaldo Dzyekanski (lê-se ‘Diecânsqui’), presidente da ABA. Ele falou sobre o selo no programa DBO Entrevista, que foi ao ar na segunda-feira, 23 (confira o vídeo ao final do texto).
A Expointer está marcada para os dias 4 a 12 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, RS.
“Elaboramos um protocolo com diversos requisitos para que uma propriedade receba esse selo de sustentabilidade. Entre as normas desse protocolo, além, é lógico, de todos os cuidados com o meio ambiente, como os cuidados com a reserva legal, nascentes d’água e APPs [Áreas de Preservação Permanente], há também cuidados como os trabalhadores, sendo todos treinados e registrados, e os filhos desses trabalhadores têm de estar matriculados numa escola”, diz Dzyekanski.
Para o presidente da entidade, a iniciativa atende a uma crescente necessidade do consumidor de carne, especialmente o consumidor internacional, que quer saber a origem do alimento que está comprando e se ele vem de uma área que está obedecendo as normas ambientais e sociais.
De olho na ciência
Não é a primeira vez que a entidade baliza seus programas e parcerias com a Embrapa. A entidade já mantém laços com a principal instituição de pesquisa agropecuária do País, em especial, as unidades Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, e a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas – todas no Rio Grande do Sul.
As pesquisas atuais têm foco em melhoramento genético e avaliação de sistemas de produção de animais sob sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
“Essa parceria com a Embrapa nada mais é com que fazer que a ciência venha a trabalhar ao nosso lado. A nossa grande preocupação é com a pecuária do futuro, com a sustentabilidade do nosso negócio, e como vamos produzir mais e com mais de qualidade e com os mesmos recursos. Não tem outra forma para fazer isso a não ser através da pesquisa”, diz Dzyekanski.
Cada vez mais adaptado
O impacto dessa união de forças com a área da pesquisa, garantindo soluções em alimentação, e, inclusive numa geração de animais mais adaptados é o que tem feito os criatórios de genética extrapolaram as regiões de clima mais ameno, os Estados da região Sul do País, encontrarem locais de criação como no Nordeste.
“Hoje nós já temos angus no Nordeste do Brasil. A raça está se tropicalizando e cada vez mais resistente ao nosso tipo de clima do Brasil Central. É claro que tem de ter os cuidados com a alimentação e a parte sanitária, sem dúvida”, diz o dirigente da ABA.
Fonte: Portal DBO.