Influência genética e qualidade da carne
A exigência de aumentar a competitividade da carne bovina discutida na seção anterior gerou um interesse renovado em pesquisas de qualidade da carne – incluindo a influência da composição de raças. Com relação ao grau de qualidade e aos valores do teste do Warner-Bratzler Shear (WBS), as classificações geralmente mostram a raça Angus como superior à Hereford e o gado britânico superior ao gado continental-europeu. Similarmente, outras pesquisas classificaram o gado britânico relativamente superior ao gado continental-europeu no escore de marmoreio ou na classificação de qualidade do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O Estudo de Campo de Alianças Estratégicas avaliou a influência da raça na maciez da carne (avaliado pelos valores de cisalhamento Warner-Bratzler – veja tabela 1). As classificações nos valores da força de cisalhamento revelaram que o gado britânico ficou em média em 3,26 quilos, enquanto o gado continental ficou em média em 3,53 quilos; além disso, o gado continental teve mais de duas vezes a chance de ter filés com um valor de força de cisalhamento de mais de 3,9 quilos (limite acima do qual os bifes são categorizados como sendo “duros” – 32,1% versus 14,4% para gado britânico e híbrido britânico.
Depois, o Estudo de Satisfação dos Clientes de Carne Bovina de 1995, também avaliou os efeitos do tipo de raça com relação a classificações de palatabilidade e reportou descobertas similares aos resultados do SAFS. As classificações dos consumidores em termos globais foram as seguintes (mais para a menos favorável): novilhas britânicas, novilhos britânicos, novilhos continentais, novilhas continentais e novilhos Brahman híbridos.
Essa pesquisa e os sinais do mercado em tempo real reforçam a influência das raças britânicas dentro de um rebanho bovino durante os últimos 20 anos. Essa ênfase está evidente nas Páginas Amarelas da Aliança 2010, listando 33 programas baseados no consumidor: 22 deles especificam raças e 19 dos 22 requerem ou 50% Angus no mínimo (9), 50% britânicos no mínimo (7) ou influência britânica (3).
Claramente, a diferenciação de raça mais importante gira em torno do gado Angus ou derivado de Angus. A raça fornece aos produtores uma base de dados histórica de carcaças que é bem maior do que a de outras raças. Usando esse recurso, os produtores em sistema de cria são capazes de selecionar para gados de rápido crescimento com uma base genética bem estabelecida para melhor desempenho de carcaça.
Fonte: Angus.org, por Nevil C. Speer, PhD, MBA Western Kentucky University, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint.
Nas próximas semanas, serão publicados 11 pontos referentes a esse tema, sendo um por semana. Os pontos são:
Angus USA – mudanças e competição no mercado de carne – parte 2/12
3) Programas de valor agregado;
4) Consolidação;
5) Convergência de negócios e propriedade retida;
6) Negócios intangíveis;
7) Gestão de prioridades de tempo e mão de obra;
8) Características funcionais e mitigação de problemas;
9) Considerações sobre facilidade no parto;
10) Considerações sobre manutenção do rebanho de vacas;
11) Considerações sobre implementação.