O dólar deu mais um passo em sua escalada rumo a novos picos. Nas operações de ontem, a moeda norte-americana fechou com mais um dia de forte apreciação diante do real, de 3,41%, vendida a R$ 2,368. Como o câmbio encerrou suas operações antes das Bolsas, quando os mercados estavam no pior momento do dia, não houve tempo de ser influenciado pela recuperação das ações.
O dólar deu mais um passo em sua escalada rumo a novos picos. Nas operações de ontem, a moeda norte-americana fechou com mais um dia de forte apreciação diante do real, de 3,41%, vendida a R$ 2,368. Como o câmbio encerrou suas operações antes das Bolsas, quando os mercados estavam no pior momento do dia, não houve tempo de ser influenciado pela recuperação das ações.
A alta de ontem levou a valorização acumulada no mês para 9,63%. No ano, a divisa tem apreciação de 33,26%. Os R$ 2,368 de ontem são a segunda maior cotação do ano, perdendo apenas para os R$ 2,38 de 22 de outubro. Diante dessa escalada mais consistente, o Banco Central manteve sua posição e atuou em várias frentes. Primeiro, leiloou ontem US$ 1,3 bilhão direcionado ao financiamento de exportações. Depois, ofertou contratos de “swap” cambial e realizou leilão para vender dólares no mercado à vista.
Apesar de constantes, o máximo que essas intervenções têm conseguido é evitar que o real se deprecie ainda mais. Com a piora do mercado internacional depois de setembro, o dólar se distanciou de seu piso. No começo de agosto, a moeda era negociada em torno de R$ 1,56 -tendo subido mais de 51% desde então.
Na semana passada, o dólar chegou a ser negociado abaixo de R$ 2,10. Mas demonstrou encontrar fortes resistências para se manter nesse nível. A última pesquisa Focus, realizada pelo BC com os bancos, mostrou expectativa de que a moeda esteja em R$ 2 no fim de 2008. Mas a disparada da divisa nos últimos dias deve fazer com que as instituições revejam, para cima, essa projeção.
Além da saída de recursos do país, o câmbio tem refletido o aumento das apostas dos investidores estrangeiros na manutenção do dólar em patamares elevados. As posições dos contratos dos estrangeiros no câmbio na BM&F demonstram isso. A categoria mantinha no começo da semana “posições compradas” líquidas em dólar de US$ 12,7 bilhões, o dobro do registrado no fim de setembro.
Quanto maiores são essas posições compradas, mais elevadas são as apostas na apreciação do dólar. Essa movimentação demonstra que, além do fluxo cambial negativo e a maior procura por dólares, há um componente especulativo pressionando a moeda. A matéria, de Fabrício Vieira, foi publicada na Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.