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Apesar dos prejuízos Sadia confirma investimentos

As perdas com operações de derivativos cambiais levaram a Sadia a um prejuízo de R$ 777 milhões no terceiro trimestre. O prejuízo com as operações de derivativos veio em um momento de forte expansão da Sadia, que está investindo R$ 1,6 bilhão na construção de seis novas fábricas no País. Furlan reiterou que esses investimentos, previstos para 2008, estão mantidos e que a empresa planeja desembolsar mais "R$ 500 milhões a R$ 600 milhões" até o final do primeiro semestre de 2009, para dar continuidade aos projetos.

As perdas com operações de derivativos cambiais levaram a Sadia a um prejuízo de R$ 777 milhões no terceiro trimestre. A companhia também anunciou uma perda contábil, sem efeito em caixa, de R$ 239 milhões, referente à de notas de crédito emitidas por instituições financeiras no exterior, principalmente o Lehman Brothers, com vencimento até setembro do ano que vem.

“As operações que representavam risco para a companhia foram liquidadas nos dias 12 e 15 de setembro”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan. “Temos outras posições, que têm sido liquidadas ao longo do tempo. Somos uma companhia que opera US$ 300 milhões por mês de exportação”, disse Furlan.

O prejuízo líquido do terceiro trimestre representa uma queda de 512,7% em relação ao lucro do terceiro trimestre do ano passado, de R$ 188 milhões. O resultado negativo de R$ 777 milhões foi melhor do que o previsto por analistas, que falavam em prejuízo da ordem de R$ 815 milhões.

O prejuízo com as operações de derivativos veio em um momento de forte expansão da Sadia, que está investindo R$ 1,6 bilhão na construção de seis novas fábricas no País. Furlan reiterou que esses investimentos, previstos para 2008, estão mantidos e que a empresa planeja desembolsar mais “R$ 500 milhões a R$ 600 milhões” até o final do primeiro semestre de 2009, para dar continuidade aos projetos.

Apesar do prejuízo, Furlan se mostrou otimista com relação ao futuro. “O trimestre em curso normalmente é o melhor do ano. Além das vendas normais, há produtos específicos para o período natalino, e há ainda a equação favorável relativamente às margens pela acomodação dos preços das commodities”, disse.

O presidente da Sadia, Gilberto Tomazoni, afirmou que apesar das perspectivas de retração global, a companhia mantém suas projeções de crescimento, de 12% a 14% em volume, e de atingir R$ 12 bilhões em faturamento. “Devemos ter um refluxo de preços e de custos, e a competitividade da Sadia pode ser acentuada no mercado. A Sadia tem um portfólio equilibrado com suas exportações nas diferentes regiões do mundo.” Sobre o mercado doméstico, Tomazoni acredita que haverá uma “acomodação natural”, com ênfase maior nos produtos mais baratos.

Sem perder o bom humor, Furlan lembrou que “em momentos de crise, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. “E, se o mercado recomenda caldo de galinha, vamos faturar com isso.”

A matéria é de Mariana Barbosa, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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