APR/MT: pecuarista recebe mais, mas não o suficiente

Mesmo com a valorização da arroba, que abriu a semana cotada em R$ 58,00 nas regiões habilitadas a exportar para a União Européia e é a melhor cotação dos últimos quatro anos, os pecuaristas matogrossenses ainda sofrem perdas e descapitalização.

Para o presidente da Associação dos Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR/MT), Ricardo Borges de Castro, os preços continuam defasados e ainda “estão longe do ideal”.

Segundo ele, embora não existam estudos mostrando os custos exatos de produção na pecuária, os preços da arroba do boi gordo em Mato Grosso estão defasados em pelo menos 30%. “Se levarmos em conta os preços atuais da arroba e os custos médios para se engordar um boi, chegaremos à constatação de que o preço, para garantir alguma rentabilidade ao produtor, deveria ser de no mínimo R$ 70,00”, calculou o presidente da APR.

Ele informou ainda que os custos com manejo sanitário, nutricional, insumos e mão-de-obra estão bem acima de R$ 50,00 por arroba. “Neste valor não consideramos os custos financeiros da propriedade e os investimentos em gado e instalações”, lembrou.

Para enfrentar esse quadro negativo, o presidente da APR defende que o governo federal implemente um plano de incentivo à pecuária que inclua o fim da burocracia do Banco do Brasil para aprovação e liberação do crédito, o financiamento para aquisição de insumos e combate à cigarrinha, a ampliação do volume de crédito para recuperação de pastagens com juros mais baixos e um programa de retenção de matrizes para evitar o abate de fêmeas. As informações são de Marcondes Maciel, do Diário de Cuiabá/MT.