A ampliação da cota Hilton de exportação de carnes argentinas à União Européia (UE), que deveria ser de 10 mil toneladas, atitude que o governo europeu pretendia fazer para auxiliar o país sul-americano neste momento de crise, está ameaçada devido à oposição dos representantes da Áustria e da Bélgica.
Segundo um estudo publicado pela Fundação para o Desenvolvimento de Políticas e Estratégias para o Transporte e a Produção (Fundosmil), a negativa dos dois países anulou a possibilidade deste assunto ser debatido no Conselho de Ministros da Agricultura durante esta semana, como estava previsto no princípio.
Segundo o Fundosmil, tanto a Áustria como a Bélgica apoiaram a idéia que os novos contingentes de carne provocariam um desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado europeu. A ampliação da cota Hilton – que atualmente é de 28 mil toneladas – foi proposta pela Comissão Européia (CE) aos 15 governos comunitários em março deste ano, após solicitação argentina.
Vacinação
Enquanto isso, a Argentina continua lutando para controlar a febre aftosa em seus rebanhos. A nova campanha de vacinação contra a aftosa no país terá início no final de agosto. Os custos da campanha, como compra de vacinas, mobilidade e gastos de vacinação, serão de responsabilidade dos produtores de bovinos, segundo anunciou o presidente do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Bernardo Cané.
“Estamos fechando esta campanha com mais de 56 milhões de doses distribuídas, com 91% do gado vacinado, com 4 meses consecutivos sem focos de aftosa, e com a recuperação de 39 mercados, aos quais estamos confiantes que somaremos o Chile e a Rússia”. Cané ofereceu uma conferência de imprensa antes de viajar para Paris para participar da Assembléia Anual da Organização Internacional de Epizootias (OIE), na qual será consolidado o reconhecimento da Patagônia como região livre de aftosa sem vacinação.
O presidente do Senasa que na semana passada esteve conversando com autoridades sanitárias do Serviço de Agricultura e Pecuária (SAG) do Chile, disse que essa certificação da OIE contribuirá para reabrir o mercado chileno para as carnes argentinas em julho próximo.
Cané admitiu que houve atrasos na atual campanha de vacinação porque tinham sido calculadas 52 milhões de doses, mas havia mais animais do que o previsto – cerca de 57 milhões de cabeças. Ele destacou que, apesar de este ser o momento do ano de maior risco, de forma que o surgimento de um foco de aftosa estaria dentro dos parâmetros possíveis, o país não apresenta focos da doença desde 23 de janeiro de 2001.
Por outro lado, segundo o encarregado das relações internacionais do Senasa, Rodolfo Acerbi, estão sendo realizadas as análises de risco com os Estados Unidos e com o Canadá, que deverão reabrir o mercado às carnes argentinas após o país completar um ano sem a doença.
Fonte: El Diario – Entre Ríos, adaptado por Equipe BeefPoint