A Federação Agrária Argentina (FAA) divulgou um relatório onde mostra a drástica redução do rebanho bovino que vem ocorrendo no país e que afeta principalmente aos pequenos e médios produtores, e aos consumidores.
A Federação Agrária Argentina (FAA) divulgou um relatório onde mostra a drástica redução do rebanho bovino que vem ocorrendo no país e que afeta principalmente aos pequenos e médios produtores, e aos consumidores.
“Para o ano de 2009/10, haverá uma baixa do rebanho bovino de mais de 7 milhões de cabeças com relação ao ano anterior. Isso é alarmante, estamos retrocedendo produtivamente em termos históricos em quase todas as categorias do setor agropecuário”, disse o vice-presidente da FAA, Pablo Orsolini.
Segundo as estimativas do relatório, haveria 48 milhões de animais em 2009/10, frente aos 55 milhões de 2008/09. “Com esses números, o rebanho bovino nacional caminha para ser o mais baixo dos últimos 45 anos, uma situação calamitosa. Por isso, impulsionamos como entidade, há muito tempo, um projeto de lei com o Plano para a Recuperação da Pecuária Bovina”.
Na Argentina, existem 252.907 propriedades agropecuárias com gado, segundo a Pesquisa Nacional Agropecuária do ano 2000, realizada pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). Desse número, 90% têm um rebanho de menos de 500 cabeças. “Daí, percebe-se que a queda nos níveis de produção pecuária impacta diretamente sobre a realidade dos pequenos e médios produtores, já que são os principais atuantes nessa atividade”.
“O consumo per capita de carne bovina total dos últimos anos se mantém em cerca de 68 quilos. Embora esteja longe dos 80 quilos de consumo per capita da década de 70, segue sendo o mais alto do mundo”. A gravidade da realidade atual se agrava por causa da seca que acometeu o país durante 2008 e no primeiro semestre de 2009, e também pela ineficiente política de preços internos e de exportação que deveria marcar-se como um fator estrutural da atual crise pecuária.
“O problema para 2010 é que, por causa da combinação de uma menor produção de carnes, estimada em 2,67 milhões de toneladas – 14,02% menor do que de 2008 -, a queda dos abates e do rebanho pecuário e o menor consumo per capita de 68 quilos, a Argentina estaria prestes a importar carnes para cobrir a demanda interna”.
“Se por um lado mantemos os níveis de consumo e não geramos uma política de diversificação da atividade e, por outro, não aumentamos a oferta, caminhamos para um cenário inexorável de importação de carne bovina e se perderiam receitas pelas exportações no valor de US$ 1,5 bilhão”.
A reportagem é do La Opinión de Rafaela, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.