Entre surpresa e apoio, os frigoríficos da capital da Argentina e os pecuaristas se mostraram de acordo com o projeto de reforma da distribuição da cota Hilton, cortes de maior qualidade e preço exportados em condições preferenciais à União Européia (UE). O projeto de lei, obra dos deputados kirchneristas Alberto Cantero e Mercedes Marcó del Pont, busca distribuir territorialmente a cota de 29 mil toneladas entre as províncias com maior rebanho bovino e frear a "estrangeirização" da indústria de carnes ao impor como condição para ter acesso a esta cota que as empresas devam ser controladas por capitais locais.
Entre surpresa e apoio, os frigoríficos da capital da Argentina e os pecuaristas se mostraram de acordo com o projeto de reforma da distribuição da cota Hilton, cortes de maior qualidade e preço exportados em condições preferenciais à União Européia (UE).
O projeto de lei, obra dos deputados kirchneristas Alberto Cantero e Mercedes Marcó del Pont, busca distribuir territorialmente a cota de 29 mil toneladas entre as províncias com maior rebanho bovino e frear a “estrangeirização” da indústria de carnes ao impor como condição para ter acesso a esta cota que as empresas devam ser controladas por capitais locais.
Para o gerente da Mattievich – um dos maiores grupos frigoríficos de Buenos Aires -, Jorge Torelli, que também é presidente da Federação das Indústrias Frigoríficas Regionais Argentinas (Fifra), “é muito bom promover o debate da distribuição da cota Hilton no contexto do novo cenário que se dá a partir da compra, por parte de grupos brasileiros, de frigoríficos argentinos. E sobretudo debater se as empresas estrangeiras devem ter o mesmo tratamento que as argentinas na divisão de um bem outorgado ao Estado nacional”.
O presidente da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes da República Argentina (Ciccra), Miguel Schiaritti, disse que concorda totalmente que o benefício para a Argentina gerado pela cota Hilton tem que ficar entre as empresas nacionais.
“É uma mudança muito grande das regras do jogo e queremos ter um tempo para analisá-la. Está claro que o espírito que vale é que a Hilton é do país e não dos frigoríficos”, disse o presidente da União da Indústria de Carnes da Argentina (Unica), entidade que agrupa somente firmas de capital nacional, Gustavo Valsangiácomo.
No entanto, tanto a Ciccra como a Unica vêem de difícil aplicação a territorialidade como está sendo proposta porque, em muitas províncias, que têm rebanhos bovinos importantes, praticamente não existem plantas frigorificas em condições de produzir carne com os padrões exigidos pela UE. Também são necessários alguns reparos na aplicação da venda da cota entre os frigoríficos. A reportagem é do La Nación.