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Argentina reconhece aftosa

O governo da Argentina reconheceu ontem que há focos de febre aftosa no país, informação que vinha sendo negada pelo ex-secretário de Agricultura, Antonio Berhongaray, que deixou o governo. No final da tarde de ontem, o Senasa (Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar) enviou documento à Embaixada do Brasil em Buenos Aires no qual comunica o fato e autolimita as exportações de carne argentina para o Brasil. É o que informa reportagem de Cláudia Trevisan, publicada hoje no Valor Online.

“Não nos sobra outra alternativa que reconhecer (a doença). Berhongaray disse que não temos aftosa, mas isso é uma mentira”, afirmou Manuel Cabanellas, presidente da CRA (Confederação Rural Argentina), antes do anúncio oficial de ontem.

Berhongaray deixou o governo na semana passada, depois do anúncio de que sua Pasta seria unida à de Indústria na nova Secretaria da Produção. O novo titular do cargo, Victor Savanti, tomou posso ontem e se recusou a comentar a questão da aftosa.

Mas o iminente reconhecimento dos focos de aftosa era dado como certo dentro e fora do governo. ” Se não admitirmos o problema vamos ficar com a imagem de mentirosos diante da missão sanitária dos Estados Unidos ” , que chega ao país nos próximos dias, diz Cabanellas.

O reconhecimento é um duro golpe para os pecuaristas argentinos. Em maio do ano passado, o país obteve o status de livre de aftosa sem vacinação. Três meses depois, foram detectados focos da doença, que teriam sido provocados pela entrada ilegal de gado a partir do Paraguai.

Desde então, foram sacrificados 12 mil animais, e o governo vinha afirmando que a situação estava sob controle.

No Brasil, os secretários de agricultura da região Sul continuam preocupados com a questão argentina. Amanhã eles se reúnem no Ministério da Agricultura, após o fórum de secretários de agricultura.

Os Estados do Sul não devem adotar a vacinação contra aftosa, mas querem que o governo garanta um sistema eficiente para evitar a entrada da doença via Argentina.

(Por Cláudia Trevisan, para Valor Online, 13/03/01)

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