Para Buenos Aires, seu anúncio já dava uma solução à disputa. O governo argentino observou também que o forte crescimento das exportações de outros países para a Argentina comprovava que suas medidas não significaram restrições a importação.
A Argentina avisou a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta segunda-feira 28/jan que revogou todas as licenças não automáticas de importação desde a sexta-feira, 26/jan, num aparente ato para atenuar o protecionismo que afetava também produtos brasileiros. Porém o anúncio de Buenos Aires não convenceu seus parceiros
Os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão defendem que a Argentina adotou medidas que afetam a importação de mercadorias. Para Buenos Aires, seu anúncio já dava uma solução à disputa. O governo argentino observou também que o forte crescimento das exportações de outros países para a Argentina comprovava que suas medidas não significaram restrições a importação.
Mas EUA, UE e Japão disseram que não estavam convencidos de que o problema foi resolvido com a decisão tomada e acham que o painel diante dos juízes da OMC vai ajudar a esclarecer melhor as barreiras adotadas até então pelos argentinos.
Desde 2008, Buenos Aires vinha usando licença não automática de importação, que serve para administrar restrições ao comércio, incluindo a quantidade de produtos que entra em seu mercado. Normalmente, um país não dá licença automática de importação quando há qualquer suspeita, mas não pode ser uma política. Parceiros industrializados acusam a Argentina justamente de ter adotado a medida não de maneira pontual, mas para todo seu comércio exterior.
O interesse pela queixa contra a Argentina na OMC foi ilustrado pelo numero de países que pediram hoje para participar como terceiras partes: China, Taiwan, Turquia, Noruega, Suíça, Austrália, África do Sul, Canadá, Índia, Equador, Guatemala, Coreia do Sul e Tailândia. Por sua vez, a Argentina conseguiu a instalação de painel da OMC contra os EUA, acusado de restringir importação de animais, carnes e outros produtos animais e assim causar prejuízos aos exportadores argentinos.
Buenos Aires diz que Washington praticamente fechou o mercado nos últimos 11 anos para a entrada de carne fresca ou congelada argentina. Acusa os EUA de não reconhecer a Patagônia como área livre de doença aftosa, ao contrário do que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) já reconheceu.
Os EUA responderam hoje que suas restrições estão de acordo com as regras da OMC, e que em todo caso as autoridades sanitárias americanas estão avaliando as condições sanitárias dos produtos argentinos.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.