Apenas nos últimos três meses, a cotação da arroba do boi subiu mais de 30% no mercado nacional. O prolongamento da estiagem, somado à desvalorização do real e os aumentos no custo de alimentação do gado confinado, pressionaram a cotação, que passou de R$ 42,00 em agosto, para R$ 56,00 em outubro.
O diretor executivo do Núcleo do Novilho Precoce, Márcio Rezende Junqueira, diz que a falta de chuva já atrasou a entrada do boi no pasto e podem faltar animais para o abate em novembro. “Este ano, tudo indica que teremos um aumento no prazo entre o fim da entressafra e o início da safra”, diz. Na avaliação dele, a cotação em novembro poderá chegar a R$ 58,00, alta que só deve ser barrada porque o consumo está reprimido.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Uberlândia (Sindicarne), Everton Magalhães Siqueira, além da estiagem um outro fator contribuiu para a valorização nos últimos meses. Segundo ele, os frigoríficos estão aproveitando a desvalorização do real para exportar. “Isso aumenta a pressão por carne no mercado interno e eleva a cotação do produto”, explica.
Siqueira conta que no início do segundo semestre o quilo da carne do boi completo era vendido na região por R$ 2,80, ou seja, R$ 42,00 a arroba. Hoje, o custo do quilo para revenda é de cerca de R$ 3,20, ou R$ 48,00 a arroba, enquanto os frigoríficos remuneram o produtor a R$ 56. “A arroba subiu 30%, mas o quilo da carne negociada com os açougues subiu 15%, ou seja, metade do reajuste”, revela.
Fonte: Jornal Correio/Uberlândia (por Rafael Godoi), adaptado por Equipe BeefPoint