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16 de dezembro de 2009
Mercados Futuros – 17/12/09
18 de dezembro de 2009

Arroba tem semana de alta e acumula valorização de 2,83% em dezembro

Apesar de alguns compradores evitarem reajustar os preços ofertados pelo boi gordo e das baixas nos últimos dias, arroba registra nova semana de alta. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado na última quarta-feira a R$ 74,35/@, com valorização de 0,39% na semana, que compreende o período de 09 a 16 de dezembro. O indicador a prazo registrou alta de 0,84%, sendo cotado a R$ 75,59/@, no mês a variação acumulada é de 2,83%.

Apesar de alguns compradores ainda evitarem reajustar os preços ofertados pelo boi gordo e das baixas nos últimos dias, arroba registra nova semana de alta.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado na última quarta-feira a R$ 74,35/@, com valorização de 0,39% na semana, que compreende o período de 09 a 16 de dezembro. O indicador a prazo registrou alta de 0,84%, sendo cotado a R$ 75,59/@, no mês a variação acumulada é de 2,83%.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Os frigoríficos conseguiram manter suas escalas e com a programação completa para a semana muitos evitam elevar os preços pagos pela arroba do boi gordo e a semana termina com compradores mais acomodados, alguns dizem até estar fora do mercado sem necessidade de compra imediata. Em São Paulo, os grandes frigoríficos se mostram mais retraídos, pois estão se abastecendo com animais de Estados vizinhos. Já as indústiras pequenas e médias seguem com compras ativas, negociando o boi gordo em torno dos R$ 75,00/@.

Ontem o leitor do BeefPoint, Paulo Cesar Bassan Goncalves, de São José do Rio Preto/SP, nos enviou o seguinte comentário: “alguns frigoríficos de São Paulo já estão pagando R$ 72,00/@ e R$ 73,00/@ à vista, livre e as escalas não avançam mais que cinco ou seis dias. Não há oferta excessiva. O consumo é que ainda não decolou”.

Leonardo Rodrigo Sallum Bacco, de Rancharia/SP, comentou através do formulário de cotações que na sua região o boi gordo está sendo cotado a R$ 72,00/@, para pagamento à vista.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – para informar preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

O mercado futuro também apresentou retração na terça e quarta-feiras, mesmo assim no acumulado da semana a variação foi positiva. O primeiro vencimento dezembro/09 fechou a R$ 74,16/@ no pregão da última quarta-feira (16/12), com valorização de R$ 1,22 no período analisado. Janeiro/10 teve alta de R$ 0,65 na semana, fechando a R$ 73,25/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 09/12/09 e 16/12/09

Segundo o Boletim Intercarnes, os preços do atacado estão se firmando dentro das expectativas, já que a procura se mostra mais ativa com os compradores começando a posicionar esperando melhora nas vendas do próximo final de semana. Com relação as ofertas, observa-se volumes mais retraídos, porém não apresentando falta. A tendência para os preços da carne bovina é de estabilidade, com possíveis altas, visto que as ofertas tendem a permanecer reduzidas e a procura mais ativa.

No atacado, o traseiro foi cotado a R$ 6,60, o dianteiro a R$ 3,60 e a ponta de agulha a R$ 3,30. O equivalente físico registrou alta de 3,69% na semana, sendo calculado a R$ 75,02/@. Analisando o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente notamos que a situação dos frigoríficos na vendas no mercado interno melhorou, o spread está em -R$ 0,67/@. Vale lembra que quanto menor o spread melhor será a margem da indústria.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 588,21/cabeça, com desvalorização de -0,99% na semana. A relação de troca melhorou subindo para 1:2,09 na quarta-feira.

O leitor do BeefPoint, Fernando do Prado Vitoriano, comentou que “os pecuaristas de recria estão segurando as compras, esperando preços que justifiquem os investimentos”. Ele informou através do formulário de cotações que em Cuiabá o bezerro Nelore de 180kg é negociado a R$ 530,00/cabeça e as fêmeas desmamadas são cotadas a R$ 340,00″.

Abates

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou hoje a Pesquisa Trimestral de Abates, informando que no 3º trimestre de 2009 foram abatidas 7,213 milhões de cabeças de bovinos. O aumento no número de animais abatidos tanto na comparação com o mesmo trimestre de 2008 (1,0%) quanto com o 2° trimestre (4,6%) sustentam a expectativa de início de recuperação do setor de abate de bovinos, iniciada no trimestre anterior. O aumento de animais abatidos decorre principalmente do aumento do consumo no mercado interno.

O IBGE destaca que esse aumento pode ser creditado aos grandes grupos frigoríficos que arrendaram e voltaram a operar plantas que foram fechadas por conta da crise internacional, principalmente nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Gráficos 4. Total de bovinos abatidos por trimestre

Exportação

Na semana passada Miguel da Rocha Cavalcanti conversou com Otavio Cançado, diretor-executivo da ABIEC, sobre exportações de carne bovina brasileira a UE. Clique aqui e escute a entrevista na íntegra.

Confinamento

Confinadores de bovinos, que tiveram de colocar o pé no freio este ano por conta da crise, avaliam que a concentração no setor de carne dificultará ainda mais a vida dos pecuaristas. A saída de vários frigoríficos do mercado e as operações de fusão e aquisição no setor reduziram as opções dos pecuaristas na hora de vender o gado.

De acordo com Ricardo Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), em algumas regiões há a opção de vender para apenas um frigorífico. É o caso de Campo Grande (MS), onde Bertin e JBS S.A., que se uniram em setembro. “Você vende para a JBS ou não vende”, disse. Em Rondônia, a situação é semelhante, segundo o dirigente. Diante desse quadro, a Assocon defende que a análise sobre a concentração em relação a Bertin e JBS, que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realiza, seja feita regionalmente.

Além da maior concentração, a expectativa é de nova queda nos confinamentos em 2010, de acordo com o presidente da Assocon. A entidade reúne 47 confinadores no país. Neste ano, segundo Merola, o número de animais confinados pelos associados da Assocon ficou em 374 mil bois, quase 25% menos que os 498 mil de 2008. Para o confinamento em todo o país, a Assocon estima uma queda de 20%, para 2,3 milhões de cabeças.

Merola disse que as margens negativas no segmento levaram muitos confinadores a fazerem apenas um turno de produção. “O criador abortou o segundo turno quando viu que estava perdendo dinheiro”. Ele afirmou que houve disputa por boi magro e os preços acabaram superando os do boi gordo.

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