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Ativistas seguem atacando o consumo de carnes. Qual deve ser o nosso posicionamento?

A atriz chinesa Gao Yuanyuan apareceu em um evento usando um vestido de alface e um colar de pimentas. O vestido faz parte de um esforço do grupo PETA para encorajar os consumidores chineses a tornarem-se vegetarianos, já que o consumo de carne na China continua crescendo.

A atriz chinesa Gao Yuanyuan apareceu em um evento usando um vestido de alface e um colar de pimentas. O vestido faz parte de um esforço do grupo PETA para encorajar os consumidores chineses a tornarem-se vegetarianos, já que o consumo de carne na China continua crescendo.

“Depois de virar vegetariana, eu me sinto tão mais leve. Quando eu comecei, eu não estava muito acostumada a ficar sem carne a acabei comendo demais e ganhando um pouco de peso. Ainda assim, me sinto com muito mais energia”, disse Yuanyuan.

Um festival de música na Bélgica, famoso por servir salsichas de carne de cavalo, o Lokerse Feesten, não vai servir nenhum tipo de carne no dia do show de Morrissey, ex-vocalista dos Smiths e conhecido ativista vegetariano.

O festival, que dura dez dias, vai ordenar que as bancas de alimentos vendam apenas comida vegetariana no dia 4 de agosto. Os organizadores afirmam que “um dia sem carne” em meio aos dez dias do festival é “uma pausa saudável para todos” e que foi “um desafio bem-vindo por um dia”. “Nossas bancas de comida servirão a você uma variedade de pratos saudáveis vegetarianos”, afirmou o site do Lokerse Feesten.

Em 2009, Morrissey abandonou o show que estava fazendo no festival de Coachella, na Califórnia, depois de sentir o cheiro de churrascos que estavam sendo assados em bancas que vendiam comida no festival.

Durante sua apresentação, Morrissey declarou que podia “sentir cheiro de carne queimando”. Segundo a plateia do show, depois desse comentário, o ex-vocalista dos Smiths acrescentou: “E eu espero que seja (carne) humana” e saiu do palco. Morrissey é vegetariano convicto. Em 1985, os Smiths lançaram um álbum chamado “Meat Is Murder” (“Carne É Assassinato”, em tradução livre).

Durante o Congresso Internacional da Carne especialistas defenderam necessidade de reverter a imagem negativa da carne

Os benefícios da carne vermelha na alimentação humana devem ser fortemente ressaltados, da mesma forma que os equívocos de que a carne provoca doenças devem ser desmistificados através de campanhas publicitárias. O tema foi defendido por especialistas, durante o Congresso Internacional da Carne 2011, que ocorreu na semana passada em Campo Grande/MS. “Muita gente acredita que a carne é feita na bandeja de supermercado, assim como o leite na caixinha. É preciso desmistificar essa imagem que o consumidor urbano tem da carne”, defendeu o diretor do Instituto de Estudos Econômicos, da Sociedade Rural Argentina, Juan José Grigera Naón.

Com o tema “Construindo confiança na agropecuária de hoje”, o especialista dos Estados Unidos, Philip Bradshaw, falou sobre os mitos e campanhas publicitárias relacionados ao consumo do carne. “Tem grupos que relacionam a carne a doenças como obesidade e morte precoce. Mas não são eles que produzem alimento. São campanhas inverídicas, contra o consumo de carne. Por causa dessas propagandas, o consumo nos EUA diminuiu. Precisamos derrubar esses mitos e inverdades”, enfatizou Bradshaw. Para ele, os consumidores precisam ouvir o outro lado da história e conhecer melhor os processos de produção da carne. “As pessoas precisam saber que carne é segura e não causa problema nenhum”, ressaltou.

O especialista que veio falar da experiência australiana no marketing da carne, John Cox, também compartilha da mesma opinião de que a publicidade deve ser usada em benefício da promoção da carne. “Precisamos entender melhor os hábitos dos consumidores e fazer campanhas sobre a importância nutricional da carne na alimentação humana”, citou. Segundo ele, a nutrição deve ser o principal foco do marketing da carne.

As informações são da Folha Online e do Globo Rural, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

8 Comments

  1. Taulni Francisco Santos da Rosa disse:

    A ABIEC precisa fazer um movimento forte dizendo que a carne é o alimento mais saudável que existe, mostrar os beneficios, fazer o pessoal das novelas falar isso, pois em novelas a gente vê o pessoal comendo somente salada.

    Temos que desmistificar a carne bovina.

    Eu particularmente não consigo ficar um dia sem carne bovina.

  2. Jaime Assis Catafesta disse:

    Bom pra começo de conversa esses grupos que se dizem saudaveis, por ser vegetarianos não sabem que os legumes hortaliças e tudo que constituem a cadeia de alimentos saudaveis que eles falam ser, são na verdade alimentos que para sua produção ou cultivo usam muito mais produtos toxicos como venenos para controle de pragas e insetos do que um criador de boi usa para engorda de um boi que muitas vezes e feito em pastagens verdes rico em proteinas ou então em confimamentos que tratam silagem de milho com algum complemento alimentar uma raçao que na sua composição usam farelo de soja e de trigo ou milho nada mais do que produtos naturais, Quem não quer comer carne não coma, mas não sabe o que esta perdendo pois e um alimento muito rico em proteinas que faz bem sim para noss saude quando cosumido com moderação, pois tudo que e de mais não presta.

    Minha mulher quando nos casamos era vegetariama e hoje consome mais carne que eu pode isso……

  3. Leonardo Barros Corso disse:

    O poder do Marketing consegue vender cigarros e bebidas pelo mundo inteiro!
    Porque não investir em propaganda para promover um produto 100% saudável e necessário a nossa saúde?

  4. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    A poder da comunicação não pode ser ignorado. E a cadeia produtiva da carne precisa divulgar mais a carne como um alimento saudável e saboroso. Um orçamento comum para este fim envolvendo diversas entidades representativas da cadia (CNA, ABAG, ABIEC/ABRAFIGO, etc) parece o melhor caminho. Quem se habilita a tentar?

  5. Felipe Pohl de Souza disse:

    É claro que a manifestação da atriz chinesa surtirá algum efeito, mas duvido que diminua o crescimento do consumo de carne, especialmente em uma população que quase não tinha acesso a este manjar que é a carne bovina.
    Acredito que devemos sim fazer campanhas de valorização da carne, mas a pecuária brasileira tem que se preocupar com a qualidade do seu produto, pois isto garante os consumidores e como diz o ditado pulular, enquanto os cães ladram a caravana passa.

  6. alexsandro medeiros fonseca disse:

    Todo alimento, se ingerido demasiadamente, tem grande chance de causar algum mal.
    O que falta é informação.
    Alimento e Informação na dose certa não faz mal a ninguém.

  7. Celso Fernando Veiga disse:

    A nossa espécie é o que é porque um dia nossos ancetrais começaram a comer carne. Não fosse isto ainda estaríamos dependurados nas árvores com os nossos primos comendo folhas. Não se constrói um cérebro do tamanho do humano só com verde. Nós não existiríamos como somos se não tivessemos incluído carnes na nossa ração.

  8. Mauro Luís disse:

    Caro Celso, acho que este não é o argumento ideal, leia o texto dos cientistas abaixo:
    A dieta dos nossos antepassados era principalmente vegetariana. Para se ter uma ideia, comprimindo a nossa evolução na vida de uma pessoa de 70 anos, o consumo de carne começa apenas nos últimos nove dias (Colin Spencer, Vegetarianism: A History, 2002, p. 20). A Drª Jane Goodall explica que hoje é aceito que, apesar dos primeiros humanos terem provavelmente consumido alguma carne, é muito improvável que esta tenha tido um papel importante na sua dieta (Norm Phelps, The Longest Struggle, Lantern, 2007, p. 2).
    Em 2005 a hipótese do humano caçador foi completamente descartada pelos antropologistas Donna Hart e Robert W. Sussman no livro Man the Hunted, onde argumentam que os nossos antepassados eram presas de outros animais, e não predadores, e que foi a necessidade de escaparem que levou a habilidade intelectual e a linguagem: “Conviver com um predador grande e forte pode ter estimulado o cérebro a tornar-se maior e mais complexo uma vez que a única forma de viver é literalmente ser mais esperto que o predador” (Hart e Sussman, 2008, p.180). Acrescentam ainda que nenhum hominídeo caçou a grande escala antes do advento do fogo controlado e que não possuímos anatomia e fisiologia próprias para sermos carnívoros (Hart e Sussman, 2008, p. 230). Afirmam também que o consumo de carne não poderia ter feito os cérebros humanos crescerem, como defende a teoria lamarkiana, e que este crescimento ocorreu muito antes da carne vermelha ser parte regular da dieta humana (Hart e Sussman, p. 255-256).
    Spencer, a propósito, notou que “deve ser claro que a carne como proteína não é muito superior a nozes e não poderia alterar a evolução do cérebro; se fosse esse alimento milagroso teria continuado a aumentar o tamanho do cérebro humano nos anos seguintes quando quantidades muito maiores de carne foram consumidas” (Spencer, p.18-19). Mesmo mais tarde, a dieta das comunidades caçadoras-coletoras  era basicamente vegetariana, com um suplemento ocasional de carne (Phelps, p. 2). O Neandertal era caçador, pois no período glacial não tinha outro alimento, e o consumo de carne, com exclusão de alimentos vegetarianos poderá ter sido a causa da sua extinção (Hart e Sussman, p. 230).

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