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4 de abril de 2014
Chile: aumenta ainda mais a demanda por carne bovina
4 de abril de 2014

Aumenta a demanda por carne argentina e uruguaia na China

Trata-se de um alimento caro para a maioria dos bolsos de Pequim: dois bifes embalados a vácuo por US$ 10,09 ou US$ 51,34 por quilo – esse é várias vezes o preço da carne bovina chinesa.

Sendo promovida como uma opção de “alimento saudável” e trazendo imagens de pastagens dos Pampas e de cowboys gaúchos, a marca que pertence a chineses, “La Pampa”, está sendo vendida nessa primavera nos departamentos de alimentos refrigerados nas principais cadeias de supermercado, incluindo Walmart, Jusco, Vanguard e Lotus, bem como na rede de supermercados de luxo BHG, gerida pelo grupo estatal, Hualian Group.

Com uma cabeça de touro em seu logotipo, a marca La Pampa foi lançada por uma companhia comercial chinesa localizada no sul do país. Um porta-voz da companhia disse que a mesma tem pastagens e estabelecimentos de abate na Argentina. “Estamos buscando expandir nossa distribuição para mais cidades e redes de supermercados na China”, disse ele, mas não comentou detalhes sobre quantos animais a companhia está abatendo ou processando por ano.

Localizada na Zona de Livre Comércio de Futian em Shenzhen, uma cidade industrial chinesa que faz fronteira com Hong Kong, a Pampas Agricultural Shenzhen (Group) Co é subsidiária da Shenzhen Pampas Trading Company. Em seu site, a companhia se promove como proponente da “pesquisa de agricultura ecológica, produção agrícola, processamento e comércio”. A companhia diz que tem escritórios na Argentina, Austrália e Uruguai, bem como um sub escritório em Pequim.

Os produtos La Pampa parecem estar tendo um impacto entre os consumidores de alta renda. Colocando os bifes La Pampa em seu carrinho da loja chinesa Vanguard, a gerente de escritório, Hong Li Mei, passou por várias opções de carnes locais, desde coxas de frango, por US$ 1,23 por 500 gramas ou bacon, por US$ 1,75 por 500 gramas e opções mais sofisticadas, como camarão, a US$ 6,30 por 500 gramas e pato cozido, por US$ 2,74 por 500 gramas, antes de escolher a carne bovina latino-americana. “É algo diferente, é de alta qualidade, é importada e eu faço isso por meu filho toda semana”, disse ela Hong Li Mei.

O preço varejista da marca La Pampa se compara favoravelmente com os preços comprados em lojas de Pequim do varejista Ito Yokado pela carne bovina australiana para a maioria dos cortes e vendidos com o rótulo de “carne bovina australiana natural e segura” como parte da promoção da cidade, parcialmente financiada pelo Estado australiano. Tanto os cortes de carne bovina argentinos como australianos são vendidos crus, mas cobertos com um molho de pimenta preta, que é popular na culinária chinesa.

Uma imagem da carne bovina produzida a pasto nos Pampas como mais saudável tem sido promovida pelo Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA), que tem usado promoções em restaurantes finos em Pequim e Xangai para impulsionar a venda de carne bovina na China.

Com 13 milhões de bovinos abatidos a cada ano, a Argentina é responsável por 7,4% do comércio global de exportação de carne bovina. As exportações têm sido limitadas, entretanto, à medida que o país busca conter a inflação aumentando a oferta local.

Embora a China produza mais carne bovina que a Argentina, está claro que o consumo local per capita tem um caminho a percorrer para alcançar o da Argentina, onde o consumo per capita médio está em 40 quilos (peso no varejo) por ano, de acordo com dados publicados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O consumo per capita na China está em apenas 3,4 quilos.

Os três grandes produtores da América Latina – Brasil, Uruguai e Argentina – também estiveram presentes na SIAL 2013, uma importante exposição de promoção de alimentos, em Xangai. A China importa aproximadamente 5% da produção de carne bovina uruguaia, ou 400.000 toneladas, é deverá comprar 20% das vendas uruguaias em 2014, de acordo com o presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Luis Alfredo Fratti.

Ele espera que a China continue sendo o principal destino de exportação do Uruguai em termos de volume e disse que a imagem do país como produtor de carne a pasto e suas conquistas em rastreabilidade permitem que capturem a extremidade superior do mercado.

Fonte: globalmeatnews.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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