A Rússia comunicou ao Ministério da Agricultura que fará uma interrupção de compras de carne bovina e suína de dez frigoríficos brasileiros. O comunicado vem em um momento ruim para o setor: as exportações estão em queda; os custos sobem e a oferta de boi é reduzida.
Os motivos dessa interrupção nas compras podem ser os relatados no comunicado enviado ao governo brasileiro – em auditoria em março, os russos teriam encontrado problemas sanitários nesses frigoríficos. No entanto, o preço do petróleo, uma das principais fontes de divisas da Rússia, caiu no último ano. Com uma taxa de câmbio desfavorável, a carne ficou cara para os russos. Barreiras desse tipo poderiam melhorar os preços para eles -o que não deve ocorrer devido à escassez de animais, principalmente de bois.
Mas o Brasil não encontra problemas de compras apenas do lado da Rússia. A União Europeia (UE) também diminuiu as compras no Brasil.
Estatísticas da UE indicam que o bloco importou 104 mil toneladas de frango do Brasil até março. Com esse volume, o país ainda é responsável por 55% das compras dos europeus. Uma boa participação, mas que recua ano a ano. Em 2011, a carne brasileira representava 72% das compras da União Europeia.
A UE também importou 1,4% menos carne bovina brasileira de janeiro a março, segundo informações da comissão do bloco voltada para a agropecuária.
Mesmo com a queda, o Brasil continua sendo o maior fornecedor dessa proteína aos europeus. Ao importar 33,9 mil toneladas de janeiro a março deste ano do Brasil, os europeus garantiram 46% desse mercado, em volume, aos brasileiros.
Se o volume de importações europeias teve leve queda no mercado brasileiro, aumentou 10% nos Estados Unidos e da Argentina.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.