As exportações do agronegócio no Brasil poderiam aumentar em cerca de US$ 6 bilhões por ano caso as barreiras impostas pelos países europeus e Estados Unidos fossem reduzidas substancialmente, segundo o Ministério da Agricultura. Ou seja, se essa redução tivesse ocorrido em 2001, o superávit da balança comercial do setor agrícola poderia ter sido de US$ 25 bilhões, em vez dos US$ 19 bilhões.
Os limites impostos às exportações brasileiras vão de cotas tarifárias e sobretaxas a restrições sanitárias, passando pelos elevados subsídios concedidos pelos países ricos a seus produtores.
Nos últimos 11 anos, o governo americano aumentou em quase 400% os subsídios concedidos aos produtores rurais. Só no ano passado foram US$ 32,3 bilhões.
Em 2000, a agricultura dos Estados Unidos gerou uma renda de US$ 45,4 bilhões, mas os pagamentos diretos feitos pelo governo aos produtores foi de US$ 25,6 bilhões. Ou seja, o governo garantiu 56,38% da renda do agricultor.
A campeã dos subsídios, no entanto, é a Europa. Dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que a União Européia concedeu US$ 103 bilhões em subsídios em 2000. No mesmo período, o Japão concedeu US$ 73 bilhões.
Apesar de impor diversas restrições, o bloco europeu é o principal comprador de produtos agrícolas brasileiros. Com os Estados Unidos, ocorre o inverso: o Brasil é o segundo maior gerador de saldos positivos para a balança comercial americana. Um estudo feito no ano passado pela embaixada brasileira em Washington detectou que, de 1996 a 2000, o comércio entre o Brasil e os EUA gerou um superávit de US$ 18,6 bilhões em favor dos americanos.
A média tarifária aplicada pelos EUA aos 15 principais produtos de exportação do Brasil é de 45,6%, enquanto a média praticada pelo Brasil para os 15 principais itens da pauta de exportação americana é de 14,3%.
As barreiras da União Européia atingem soja, café, carnes, açúcar e suco de laranja, entre os principais produtos exportados pelo Brasil. Há restrições à importação de carne bovina que usam a febre aftosa como justificativa.
Nas carnes a tarifa média é de 33,3%, mas pode chegar a 234,44%. Há também cotas anuais de cinco mil toneladas para carne bovina e de 7,5 mil toneladas para carne de aves.
Fonte: Gazeta do Paraná, adaptado por Equipe BeefPoint