Cada vez mais a preocupação com o bem-estar animal toma conta do debate nas rodas de pecuária. Seja pelo respeito por um ser vivo, seja pelo retorno financeiro que as boas práticas proporcionam, o fato é que a cobrança por um manejo racional é crescente.
Cada vez mais a preocupação com o bem-estar animal toma conta do debate nas rodas de pecuária. Seja pelo respeito por um ser vivo, seja pelo retorno financeiro que as boas práticas proporcionam, o fato é que a cobrança por um manejo racional é crescente. Na Europa, por exemplo, uma pesquisa de 2005 mostrou que 57% dos consumidores pagariam mais por alimentos oriundos de animais que não sofreram na fazenda. Embora muitas propriedades ainda façam do curral um local de tortura, os criadores preocupados em evitar que o gado sofra têm se destacado.
O médico veterinário Renato dos Santos aponta que “todo manejo a ser feito no bovino passa necessariamente por uma contenção”. É aí que entra a responsabilidade de quem produz os equipamentos que serão utilizados no campo.
A Beckhauser, empresa fabricante de troncos e balanças sediada em Paranavaí (PR), atua há 37 anos na área e tem como compromisso a contribuição para o desenvolvimento da pecuária de qualidade, preocupada com o bem-estar do animal e do ser humano.
Compromisso este que se firmou na década de 90, quando a empresa começou a questionar o tradicional sistema de contenção e encontrar falhas em sua funcionalidade. Toda vez que um portão era aberto, criava-se uma fresta no corredor e o risco do animal prender e quebrar uma perna era grande. O movimento de tesoura tornava-se lento com animais de temperamento mais bravio; a contenção era difícil e causava muito estresse para o animal e para quem estava manejando. As peças eram pesadas e, caso um animal deitasse no tronco, seu corpo funcionava como uma cunha no corredor em forma de “V”, dificultando sua remoção.
Além da busca por agilidade e redução de esforço físico para o operador, a observação do comportamento bovino e a atenção aos princípios de bem-estar animal estiveram presentes em todo o processo de criação. As soluções foram depois incorporadas a outros produtos fabricados pela empresa e o contínuo processo de aperfeiçoamento envolve o contato permanente com a realidade do campo. Desde os funcionários da fábrica até aqueles que lidam com o produto no dia-a-dia da fazenda, são muitas as mãos e cabeças que contribuem nesse processo.
Destacam-se ainda as parcerias com instituições de ensino e pesquisa, como o trabalho com o Grupo de Estudos em Etologia e Ecologia Animal da Unesp (Jaboticabal, SP), coordenado pelo professor Mateus Paranhos da Costa. A parceria já dura vários anos e vem rendendo resultados significativos, como a constatação da eficácia da vacinação feita no tronco de contenção comparada à convencional, com os animais no brete coletivo. (veja artigo publicado no BeefPoint em 22/02/2007)
Depois da constatação, a Beckhauser começou a investir no treinamento de seus representantes e técnicos de campo, e logo passou a oferecer cursos para criadores, peões, estudantes e profissionais da área. Essa prática continua fazendo parte da atuação da empresa para a disseminação dos conceitos de manejo racional, e tem sido reforçada por tantas outras ações, como a parceria que se inicia com a seção Manejo Racional do BeefPoint.
Paulo Muzzolon, jornalista (DRT 05391/PR)
Texto extraído de matéria publicada pela revista Gestão Pecuária em junho/2005