Fernando Antônio Bertin, um dos fundadores da Bertin S.A. e que tinha assento no conselho de administração da empresa, assumiu o cargo de diretor-presidente da empresa, com o desligamento prematuro de o executivo João Pinheiro Nogueira Batista. João Pinheiro Nogueira Batista reconheceu a "frustração de ter de passar o bastão para o Fernando [Bertin], e não poder compartilhar esse processo daqui para frente". Apesar de enfatizar que sua saída é "supernormal", Batista afirmou que a empresa "não estava pronta para o passo que deu há seis meses", quando colocou um executivo na presidência.
Fernando Antônio Bertin, um dos fundadores da Bertin S.A. e que tinha assento no conselho de administração da empresa, assumiu o cargo de diretor-presidente da empresa, com o desligamento prematuro de o executivo João Pinheiro Nogueira Batista – 6 meses depois de ter assumido o cargo.
Reconhecendo que sua passagem foi rápida e não escondendo alguma frustração, Batista disse ontem que houve uma “percepção da família” de que Fernando Bertin deveria “tocar o negócio como executivo”, o que foi aprovado pelo conselho de administração.
No período em que esteve à frente da Bertin, ele conseguiu consolidar a estruturação do modelo de gestão, com a formação do conselho de administração e implementação do sistema de governança. Isso “culminou com a aprovação do planejamento estratégico” para os próximos cinco anos, afirmou o ex-presidente da empresa.
O executivo, que antes da Bertin esteve na Suzano Petroquímica e Petrobras, afirmou que a mudança na direção da empresa “não tem diretamente a ver com a crise”, mas admitiu que com a alteração do cenário econômico a “abertura de capital [da Bertin] não é tão premente”.
A saída de Batista acontece num momento em que o setor de carne bovina vive dificuldades com escassez de animais para abate e queda nas exportações. Estes entraves levaram a Bertin a desativar, em dezembro passado, uma unidade de bovinos em Araguaína (TO). A empresa também reduziu sua capacidade de produção de couro no país por conta da demanda internacional menor. Em agosto passado, o grupo Bertin – que controla a Bertin S.A – também havia decidido postergar o plano de entrar no setor financeiro e ter um banco.
João Pinheiro Nogueira Batista reconheceu a “frustração de ter de passar o bastão para o Fernando [Bertin], e não poder compartilhar esse processo daqui para frente”. Apesar de enfatizar que sua saída é “supernormal”, Batista afirmou que a empresa “não estava pronta para o passo que deu há seis meses”, quando colocou um executivo na presidência. Movimento semelhante ocorreu recentemente na cervejaria Schincariol.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.