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Boa fase agrícola puxa vendas de máquinas no país

Depois de dois meses de um mercado particularmente aquecido, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ajustou para cima sua projeção para o incremento das vendas de máquinas agrícolas no país em 2018.

As montadoras do segmento representadas pela entidade (AGCO, CNH Industrial, John Deere, Caterpillar e Agrale) já estimavam que haveria avanço desde o início do ano, tendo em vista os bons resultados da agricultura brasileira e o fraco nível de vendas de tratores e colheitadeiras que dava o tom desde 2015.

Mas, depois de computados os números comercializados em agosto e setembro – e desprezando qualquer eventual efeito eleitoral sobre o ânimo dos produtores rurais -, o aumento previsto passou a ter dois dígitos.

De acordo com dados divulgados ontem, as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias – estas representam menos de 5% do total -, somaram 4.919 unidades no mês passado, quase o mesmo patamar de agosto, quando houve uma reação significativa, e 17,5% mais do que em setembro de 2017.

Com isso, nos primeiros nove meses deste ano a comercialização totalizou 34.564 unidades, um crescimento de 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado. E, como encomendas continuam sendo fechadas, a Anfavea passou a prever que o resultado de 2018 como um todo será 10,8% superior ao visto em 2017.

Se confirmado o cenário, as vendas vão alcançar 47 mil unidades, ante as 42,4 mil do ano passado. No início do ano, a Anfavea previa 44 mil unidades, o que seria um avanço de 3,8%; em julho, depois de “precificada” mais uma safra de grãos robusta, com recorde no caso da soja, a estimativa subiu para 45,4 mil, o que significaria um aumento de 7,1%.

“O aumento acumulado de janeiro a setembro continuou inferior à média dos últimos dez anos, mas o segmento está no caminho da recuperação. O fato é que o agronegócio tem trazido boas notícias para o país nos últimos anos”, afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea, em entrevista coletiva em São Paulo.

“A disputa comercial entre Estados Unidos e China tem beneficiado a soja brasileira, e a queda da área plantada com o grão nos EUA também tende a ser favorável. Estamos otimistas”, disse Alfredo Miguel Neto, vice- presidente da entidade responsável pela área de máquinas agrícolas e rodoviárias.

Miguel Neto observou, contudo, que a situação poderia estar melhor, não fossem os ainda escassos investimentos em infraestrutura logística e em telecomunicações no país. “A conectividade no campo ainda deixa a desejar”, afirmou.

O céu das máquinas só não está de brigadeiro porque as exportações estão sofrendo os reflexos da crise na Argentina, principal destino no exterior das vendas de tratores e colheitadeiras produzidos no Brasil.

Com mais uma queda em setembro, os embarques somaram 9.721 unidades nos primeiros nove meses do ano e deverão chegar, segundo as novas projeções da Anfavea, a 14 mil unidades até o fim de dezembro, mesmo resultado do ano passado.

Impulsionada portanto pelas vendas domésticas, a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias no país em 2018 deverá crescer 15,1% em relação a 2017, para 61 mil unidades. Até setembro foram 46.197 mil, 9,2% mais que nos nove primeiros meses do ano passado.

Fonte: Valor Econômico.

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