Boi gordo tem semana de alta e arroba é cotada a R$ 82,88

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 81,99/@, uma alta de 1,79% na semana. O indicador a prazo acumulou variação positiva de 1,63% no período (24/03 a 31/03), sendo cotado a R$ 82,88/@ na última quarta-feira. Durante o mês de março este indicador registrou alta de 5,35%.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

O Dólar compra (PTAX) foi cotado a R$ 1,7802 nesta quarta-feira (-0,53%). Este variação somada à alta do indicador de boi gordo, levantado pelo Cepea, fez a arroba em Dólares se valorizar 2,33% em relação ao apurado na semana passada.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista, em R$ e US$

No mercado físico, os frigoríficos enfrentam certa dificuldade na compra de bovinos e seguem trabalhando com escalas curtas. Em conversa com compradores de gado que atuam na região de Campo Grande/MS, fomos informados que a arroba do boi gordo está valendo R$ 75,00, para pagamento à vista. Ontem, grandes frigoríficos do Mato Grosso do Sul estavam comprando animais para serem abatidos na segunda-feira.

Em São Paulo a situação é semelhante e os frigoríficos estão completando suas escalas com animais comprados em Estados vizinhos, a maior participação é de animais originários do MS, onde a oferta também não está lá essas coisas.

A boa qualidade das pastagens e a chuva, que ainda pode ser considerada regular, está ajudando os pecuaristas na hora da negociação. O sentimento é que os vendedores estão retraídos, por um lado apostando em novas altas da arroba e por outro preocupados com a dificuldade em realizar a reposição do rebanho.

O leitor do BeefPoint, João Pires Castanho, de Lavínia/SP, no oeste paulista, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que recebeu ofertas de frigoríficos para compra de boi gordo a R$ 77,00, com pagamento à vista.

Amaury Lelis Dal Fabbro, de Araraquara/SP, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região o boi gordo é negociado a R$ 78,00/@, com prazo de 30 dias e a vaca gorda vale R$ 74,00/@.

De Tupi Paulista/SP, Manoel Torres Filho, comentou que “o mercado continua bom para vender (qualquer categoria), nada de correria, mas se vende tudo o que tiver, principalmente bezerras. Os frigoríficos também estão preferindo abater fêmeas, tanto que na região a diferença entre o boi e a vaca é de apenas R$4,00”. Ele completa informando que o boi gordo é cotado a R$ 78,00, para pagamento à vista e livre de impostos.

Estêvão Domingos de Oliveira, de Caçu/GO, comentou que na sua região o mercado segue lento e com poucos negócios são efetivados. Segundo ele a arroba do boi gordo é negociada a R$ 73,00 com prazo de 3 dias para pagamento e a vaca gorda é vendida a R$ 69,00, com muita procura por este tipo de animal.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Nesta semana, o IBGE divulgou a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais. Segundo os dados levantados pelo Instituto, em 2009 foram abatidas 27,975 milhões de cabeças de bovinos, quantidade 2,5% menor que a de 2008.

No acumulado do ano, o Centro-Oeste respondeu por 35,15% de todo o abate nacional de bovinos; e o Sudeste, 23,3%. Mato Grosso é o estado com o maior percentual de abate, 14,29% do total, seguido de perto por São Paulo, 12,7%.

“Desde o primeiro trimestre de 2006 o número de cabeças abatidas manteve-se acima dos 7,0 milhões, com exceção do 4° trimestre de 2008 e dos dois primeiros de 2009. O 4° trimestre de 2009 foi o terceiro trimestre consecutivo de crescimento do abate bovino, reflexo da recuperação nas transações com o mercado externo e da demanda interna”, informou o IBGE.

Acompanhando a variação observada no mercado físico e acreditando na firmeza da arroba, BM&FBovespa também acumulou alta durante a semana. Os contratos para março/10 que foram liquidados ontem, no último pregão do mês, terminaram a quarta-feira valendo R$ 81,22/@, com variação positiva de R$ 0,59 na semana. Maio/10 fechou a R$ 82,85/@, com alta acumulada de R$ 2,82, a maior variação no período analisado. Outubro/10, considerado o pico da entressafra, fechou a R$ 87,87/@, com valorização de R$ 1,96.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 24/03/10 e 31/03/10

Segundo o Boletim Intercarnes, observa-se que a procura segue lenta, e abaixo das expectativas aguardadas, pois neste momento o mercado já deveria se mostrar mais ativo, para o posicionamento da próxima semana. A ofertas seguem, e deverão continuar, escassas ante a alta que verificada na arroba do boi gordo e da vaca. A tendência é de estabilidade, tendendo para a alta, já que as ofertas ainda não sinalizam melhora a curto prazo e a procura deve se acentuar com o final da Quaresma e início do mês de abril.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,40, o dianteiro a R$ 4,40 e a ponta de agulha a R$ 4,00. Com a valorização nas cotações dos três cortes primários, o equivalente físico subiu para R$ 79,62/@, alta de 2,87% na semana. Essa alta causou uma redução no spread (diferença) entre boi gordo e equivalente físico que recuou para R$ 2,37/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 670,87/cabeça na última quarta-feira, acumulando alta de 0,61% na semana. Em março a variação foi de +8,38%.

A relação de troca voltou a subir ficando em 1:2,02, mas ainda considerada baixa por muitos pecuaristas, que evitam vender seus lotes de animais terminados para o abate, com receio de não conseguir comprar bezerros e garrotes a preços satisfatórios.

Nesta quarta-feira, o Frigorífico Independência realizou o pagamento da 1ª parcela aos pecuaristas credores. Ontem foi quitada a parcela, no valor de até R$ 100 mil, com correção do valor pela Selic desde a data da distribuição da Recuperação Judicial (27/2/2009). Para os pecuaristas que tem valores superiores à receber, o saldo remanescente será quitado em 24 parcelas mensais e consecutivas.

Recebemos diversas manifestações de leitores do BeefPoint semelhantes ao comentário de Oswaldo Moura: “já está na minha conta corrente, em dinheiro, a primeira parcela referente a recuperação judicial do Independência S/A”. Clique aqui, saiba mais sobre o assunto e veja o que outros leitores pensam sobre o assunto.

Nesta quarta-feira, Reinhold Stephanes entregou a direção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ao paulista Wagner Rossi. Graduado em direito e administração de empresas, com especialização em economia e educação, Rossi, de 67 anos, presidia, desde 2007, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa vinculada ao Ministério da Agricultura.

Há mais de 20 anos, Wagner Rossi desenvolve carreira no setor público, sendo quatro vezes secretário no governo do estado de São Paulo: Esportes e Turismo (1987-1988), Educação (1989-1990), Infraestrutura Viária (1991-1992) e Transporte (1992-1994). Atuou também como presidente da Companhia das Docas do Estado de São Paulo (Codesp), entre 1999 e 2000.

Rossi foi parlamentar por cinco legislaturas até 2002 e, com formação acadêmica no Brasil e no exterior, foi professor de renomadas universidades brasileiras. Em 1978, coordenou o primeiro curso de extensão universitária sobre administração rural para graduados, na Universidade de Ribeirão Preto/SP. O novo ministro desempenhou atividades como empresário e produtor rural por mais de 30 anos e exerceu cargos de administrador, gerente e diretor

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