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Bom momento do campo aumenta procura por profissionais em diferentes áreas

Pesquisa recente da Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais mostrou que 91% das companhias enfrentam dificuldades na hora de contratar, especialmente profissionais qualificados, e as indústrias ligadas à produção agropecuária estão entre as mais afetadas.

Esse movimento no mercado de trabalho ligado ao agronegócio é reflexo direto de safras cheias, de preços valorizados das commodities agrícolas, do aumento nas exportações e também da profissionalização das atividades dentro das porteiras.

Com a demanda em alta, não tem sido fácil para empresas do setor, agências de empregos e recrutadores encontrar rapidamente as pessoas certas para as vagas a serem preenchidas.

Em 2013, a busca de indústrias do setor por trabalhadores para desempenhar cargos de média e alta gerência cresceu na Região Sul, de acordo com a consultoria de recrutamento e seleção de executivos Asap, que apontou alta de 25% nas contratações para empresas ligadas ao campo nos sete primeiros meses do ano passado.

Segundo a consultoria Michael Page, a percepção foi semelhante. Os 25 profissionais contratados no Rio Grande do Sul em 2013 para funções de gerência em empresas do setor representaram o dobro do registrado no ano anterior.

Chama a atenção a especificidade das funções. Gerente industrial, gerente de projetos e controller, recebem salários que podem alcançar até R$ 30 mil. São cargos de gestão que não exigem necessariamente formação básica em cursos relacionados ao campo, como agronomia, medicina veterinária ou zootecnia. Profissionais graduados em administração, engenharia ou economia ocupam esses espaços, onde o mais importante são especializações em gestão, experiência e interesse do candidato pelo agronegócio.

A batalha da indústria, hoje, é por melhorias em processos internos como forma de aumentar os ganhos, o que passou a exigir trabalhadores mais qualificados.

“A régua na hora de recrutar é muito mais alta do que há cinco anos”,  assegura a diretora da Asap na Região Sul, Mariciane Gemin.

De acordo com a representante da Asap, a formação tem peso menor na seleção de executivos quando comparada com outras características.

“Não há obrigatoriedade muito grande em relação à formação. Os cargos gerenciais exigem nível superior completo e uma pós-graduação. Mas ter domínio do inglês e experiência no mercado pontua mais”, garante Mariciane.

Para 2014, a manutenção de alta nos números da produção agrícola e pecuária promete um cenário de desafios. A tendência é de que áreas que tiveram dificuldade na safra anterior, como a logística, tenham procura maior.

O mercado do agronegócio já é velho conhecido de Gustavo Argimon, 36 anos, que fez carreira no setor e observa a profissionalização da atividade.

“Dada a competitividade, é o momento de as empresas terem excelência no que fazem”, diz Argimon.

Formado em Administração e com duas pós-graduações, o profissional atua há 17 anos em empresas ligadas ao campo. Há três meses, ganhou mais trabalho e 20% de aumento: foi promovido de gerente financeiro à controller na Cerealle, de Pelotas, que produz e comercializa flocos de arroz e de cereais.

A qualificação e a experiência na área resultaram também no aumento da consulta por outras empresas, especialmente pelo LinkedIn, rede social usada para contatos profissionais. Com a carreira consolidada, Argimon avalia que ter conhecimento sobre o funcionamento de uma indústria e noções sobre o setor rural contam pontos, mesmo que o profissional não tenha formação ligada diretamente ao campo.

Espaço para mestres e doutores no setor produtivo

Foi no sul do Estado que Clauber Bervald, 32 anos, hoje pesquisador na área de melhoramento genético de arroz da RiceTec, concluiu sua formação. A empresa tem sede em Porto Alegre, mas o profissional circula pelas áreas experimentais de Glorinha, na Região Metropolitana, e em pontos de teste no interior do Rio Grande do Sul, além de realizar treinamentos fora do país, nos Estados Unidos.

Após terminar mestrado e doutorado na área de Agronomia, Bervald encontrou na iniciativa privada um mercado sedento por profissionais qualificados: “Sempre houve muita demanda, mas agora está mais aquecido do que antes. Na área de melhoramento genético de sementes, a especialização sempre foi uma necessidade. E por ser um trabalho de processo contínuo, é valorizado nas companhias”.

“O que eu começo a fazer hoje terá resultado em mais ou menos oito anos. É importante para a empresa manter esse funcionário”, opina Bervald.

Fonte: Jornal Zero Hora, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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