No próximo final de semana o G20 tentará resgatar as negociações de Doha em uma reunião de alto nível a ser realizada no Rio de Janeiro. Para isso foram convidados também outros países em desenvolvimento interessados, além dos principais negociadores internacionais.
No próximo final de semana o G20 tentará resgatar as negociações de Doha em uma reunião de alto nível a ser realizada no Rio de Janeiro. Para isso foram convidados também outros países em desenvolvimento interessados, além dos principais negociadores internacionais. A reunião ganhou interesse com a esperada participação, no domingo (10), da representante americana, Susan Schwab, do comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, e do ministro da Agricultura do Japão, Shoichi Nakagawa, informou a Gazeta Mercantil.
Os países em desenvolvimento, segundo o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, pretendem lançar duas mensagens: que uma solução nessa negociação “é indispensável” para os países emergentes que dependem do acesso aos mercados ricos, e que o G-20 (do qual fazem parte Argentina, México, China, África do Sul e Índia) está unido. “A rodada não está morta, está viva”, afirmou Amorim.
Segundo reportagem de Denise Chrispim Marin, a dissolução do impasse da Rodada Doha não depende apenas de novas propostas dos Estados Unidos sobre o corte no total de US$ 20 bilhões de subsídios que concede a seus agricultores, e da confirmação da intenção da UE de ampliar o acesso de produtos agrícolas a seu mercado, como pedem os países em desenvolvimento. Depende também de uma maior coesão do G-20 em detalhes que opõem particularmente seus dois líderes, o Brasil e a Índia.
Até agora, a definição de uma posição comum do G-20 sobre produtos especiais e salvaguardas agrícolas (as exceções de um acordo mais amplo de liberalização) tem sido tratada como um tabu. Diplomatas brasileiros asseguram que interessaria ao Brasil definir uma posição comum sobre o tema e estabelecer os limites a essas exceções. Mas tocar nesse tema com a Índia traz riscos de implodir o G-20. Na OMC, o ministro indiano de comércio, Kamal Nath, quase levou o G-20 ao colapso quando defendeu a preservação de margem ampla para a inclusão de itens na categoria de produtos especiais e a adoção de salvaguardas agrícolas.