A exportação de gado em pé para abate começa a representar uma nova alternativa para o comércio exterior do agronegócio brasileiro. Recentemente, o país embarcou pelo porto de Rio Grande (RS) nove mil bovinos para o Líbano. Nos próximos dias, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deve receber uma missão das Filipinas que vai avaliar a possibilidade de importar animais vivos do Brasil.
A missão das Filipinas deve chegar ao Brasil na próxima semana, informa o diretor do Departamento de Assuntos Sanitários e Fitossanitários da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Luiz Ribeiro e Silva. A delegação visitará áreas de produção de bovinos e portos por onde eles possam ser embarcados. Atualmente, o país é um grande importador de gado em pé da Austrália. A visita sinaliza o interesse daquele mercado em diversificar seus fornecedores de animais vivos.
“Esse é um novo mercado que está se abrindo para a pecuária brasileira”, assinala Ribeiro e Silva. De acordo com ele, os países que têm formas especiais de abate, como os muçulmanos, por exemplo, constituem-se em mercados potenciais para o Brasil passar a exportar gado em pé.
Ainda neste semestre, um novo carregamento de boi vivo deve ser embarcado pelo porto de Rio Grande com destino ao Oriente Médio. Segundo a empresa exportadora, com sede em Pelotas (RS), os importadores não informaram qual o país de destino e a quantidade da nova carga. O mais provável é que o gado seja levado novamente para o Líbano. Já o número de cabeças vai depender da capacidade do navio que for utilizado para o transporte dos animais.
No ano passado, o Brasil exportou 15.501 bovinos em pé. Do total, 10.290 animais foram embarcados para o Líbano, que compram o gado vivo para abatê-lo de acordo com os preceitos do islamismo.
Além dos mercados árabes, os países da América do Sul também importam gado em pé para abate. Em 2004, conforme dados da Secretaria de Produção e Agroenergia do Mapa, o Brasil exportou 3.636 animais vivos para a Venezuela. O país foi o segundo maior destino de bovinos vivos para a abate vendidos pelo Brasil. Em terceiro, aparece o Paraguai, com importação de 1.233 animais.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint
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A exportação de gado em pé para o abate em outros países, deve ser dificultada ao máximo porque fere os interesses brasileiros.
Onde nos estamos chegando????
Louis Pascal de Geer
Sobre a exportação de gado em pé, eu diria que é inverter a carroça com cavalo. É de valor agregado que precisamos para aumentar lucros, e não entregarmos nossos produtos de bandeja.