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Brasil deve priorizar questões agrícolas para formação da Alca

O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, participou ontem, em São Paulo, de uma reunião com empresários do setor agropecuário para a elaboração de uma proposta para as negociações de formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Para o ministro, o país precisa estar atento à abertura de mercado aos produtos agropecuários. “O Brasil não vai aceitar nenhum tipo de negociação internacional, seja com a Alca, com a UE, ou com a OMC, se as questões agrícolas não forem discutidas”, disse Pratini.

A União Européia é o destino de 45% das exportações agrícolas brasileiras, enquanto a Alca, com exceção dos países do Mercosul, recebe 15%. As importações agrícolas brasileiras têm origem principalmente no Mercosul, com 77% do total, seguido pelos EUA, com 12%.

Segundo o ministro, a política de subsídios adotada pelos EUA é um dos principais entraves à formação da Alca. No ano passado, o governo americano aplicou US$ 32,3 bilhões em subsídios. Os produtores americanos de soja, por exemplo, têm garantia de preço mínimo e não dependem dos preços internacionais. A projeção é de que o governo americano gaste US$ 4 bilhões em subsídios para os produtores de soja neste ano. O subsídio fez com que a área plantada nos EUA saltasse de 26 milhões de hectares em 96, para 30,6 milhões de hectares em 2001. “Os americanos estão gerando uma superoferta de soja, que deprime os preços internacionais e prejudicam os outros países produtores”, afirmou Pratini.

O ministro também classifica o atual sistema de barreiras sanitárias e fitossanitárias como um novo nome para protecionismo internacional. EUA, Canadá e México barram a entrada de produtos brasileiros, como carnes (bovina, suínas e de aves), citros e outras frutas. O sistema de cotas de importação é também criticado pelo ministro. Canadá e México, por exemplo, multiplicam as tarifas aplicadas aos produtos brasileiros, especialmente de carnes.

A próxima reunião continental de negociações será realizada no próximo dia 22 de abril, em Quebec, no Canadá.

(Por João Baumer, para O Estado de São Paulo, 29/03/01)

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