O governo brasileiro está investindo menos em defesa sanitária e, com isso, pode comprometer as vendas externas de carnes. Nos últimos anos, houve queda de 23,6% nos gastos com defesa animal. Por causa de um foco de febre aftosa no Pará, Estado que não está no circuito de exportação, Rússia e Argentina embargaram as carnes nacionais, abrindo precedente para outros parceiros comerciais.
Para resolver os embargos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) enviou missão à Rússia no final de semana. Além disso, solicitou aporte adicional de R$ 44 milhões destinados aos gastos com sanidade.
O ministro da Agricultura admitiu que, em alguns estados, o problema da aftosa ainda não foi tratado adequadamente e que há restrição orçamentária para o setor. “Os gastos com defesa animal e pesquisa não representam sequer 0,1% do que o agronegócio propicia ao País”, disse Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para ele, só não haverá risco de contaminação de outros estados porque os governos locais estão bancando as campanhas, por meio de fundos privados.
Segundo Nogueira, a diminuição dos investimentos federais pode ser prejudicial às exportações, principalmente porque o Brasil pretende ser zona livre de aftosa sem vacinação. “A ausência de investimentos em sanidade compromete nossas importações”, conclui o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes.
Fonte: Gazeta Mercantil (Neila Baldi e Agnaldo Brito), adaptado por Equipe BeefPoint