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Brasil pode iniciar exportação de carne bovina para China em setembro

O Brasil poderá iniciar no próximo mês os embarques de carne bovina e de frango para a China visando a ampliação do comércio bilateral com aquele país. A informação é do ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, após assinar, na sexta-feira (09), um memorando de entendimento para implementação de um acordo de equivalência sanitária com o ministro de Administração Estatal para Inspeção, Qualidade e Quarentena da China, Li Chiangjiang.

China, em contrapartida, tem interesse em manter as vendas de alho e ampliar as exportações de frutas, frutos do mar e tripas para o Brasil. Segundo Pratini de Moraes, as medidas de caráter sanitário serão consolidadas nesta semana, com a publicação de certificados sanitários nos moldes chineses. “O próximo passo, ou seja, o início do comércio, só dependerá da atuação de empresários dos dois países”, afirmou.

Pelo acordo firmado, o mercado chinês está aberto para importação de frango e carne bovina provenientes dos estados considerados livres de febre aftosa. O ministro chinês afirmou que a delegação do seu País pôde observar, em dois dias de visitas técnicas, que o Brasil vem adotando medidas rigorosas de segurança sanitária animal e vegetal.

O Rio Grande do Sul, segundo Pratini, também poderá exportar carnes para a China. O Estado já foi considerado livre da febre aftosa, sem necessidade de vacinação, mas apresentou casos da doença no ano passado e ainda não readquiriu o status de área livre da febre mediante vacinação. O certificado é fornecido pelo Comitê Internacional de Epizootias (OIE), órgão que delibera sobre sanidade animal e vegetal em nível mundial.

O ministro chinês disse que não pode precisar qual o volume de carne que a China irá comprar do Brasil. “Isso irá depender da ação dos empresários dos dois países. Mas esperamos oferecer churrasco temperado com alho à missão brasileira que estará em Pequim em setembro”, brincou. Ele assegurou que já na semana que vem irá providenciar o decreto governamental para liberar a importação dos dois produtos brasileiros.

“O Brasil conseguiu abrir um dos maiores mercados do mundo e essas negociações não se limitarão a produtos agropecuários, mas também a novas tecnologias”, complementou Pratini. O Mapa enviará uma missão técnica à China no mês de setembro, liderada pelo secretário-executivo, Márcio Fortes de Almeida, para estreitar a cooperação no plano do desenvolvimento tecnológico agrícola.

Mato Grosso do Sul

“Mato Grosso do Sul é o Estado brasileiro que pode dar e certamente dará melhor resposta a esse acordo fechado na sexta-feira”, afirmou o delegado federal do Mapa em MS, José Antônio Roldão. Ele lembrou que o Estado poderá ampliar significativamente suas exportações de carne porque tem a melhor condição sanitária, uma moderna tecnologia industrial e os melhores rebanhos para exportação.

O diretor do Independência Alimentos, Antônio Russo Netto, que já é um tradicional exportador para mercados da Europa e de Israel, disse que o acordo com a China abre um novo mercado, pois os asiáticos consomem outros tipos de carne, especialmente carnes de 2a e 3a.

“É um mercado altamente promissor para nossa carne de segunda, que eles utilizam muito para fazer embutidos”, explicou. Russo citou também que os chineses e outros mercados asiáticos compram tipos de carne que normalmente não são consumidos no Brasil, como o vergalho do touro, nervos de mocotó, o nervo cervical, os rins dos bovinos, entre outros subprodutos. Ele considerou o acordo com a China uma vitória do Brasil e do ministro Pratini, que terá excelente repercussão junto aos Estados Unidos, significando mais um ponto favorável na série de negociações com os norte-americanos.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), O Estado de São Paulo (por Gecy Belmonte) e Correio do Estado/MS (por Maurício Hugo), adaptado por Equipe BeefPoint

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