O Brasil pode se beneficiar do acordo de grandes potências com o Irã, que prevê a eliminação de todas as sanções internacionais contra o país persa. A liberação das negociações comerciais com o Irã deve abrir espaço para a exportação de alimentos, especialmente de carne, segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Castro diz se preocupar com a baixa disponibilidade de matéria-prima para suprir novos mercados de carne in natura, como o Irã e os Estados Unidos, mas diz que é importante começar a negociar com estes países o mais rapidamente possível.
“Devemos começar a vender logo, para poder marcar presença nesse novo território. Se não começarmos a negociar e colocar o pé lá, algum outro exportador vai fazer isso”.
Para o presidente da AEB, o fim do embargo pode aumentar a concorrência para as exportações de milho, principal produto que o Brasil vende para o Irã hoje, mas isso é uma disputa que faz parte do mercado.
Segundo ele, o Brasil não deve começar a importar produtos do Irã, por não haver demanda. Mas o aumento das exportações de petróleo do país persa deve afetar indiretamente o Brasil. “O Irã é um grande exportador de petróleo e vai voltar ao mercado com força, o que vai aumentar a oferta e reduzir o preço do petróleo. Isso vai prejudicar indiretamente as exportações brasileiras e atingir a Petrobras, que vai vender petróleo com preço mais baixo”, explica.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.