O Brasil necessita de previsibilidade para retomar o caminho do crescimento, segundo Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e membro do conselho de administração da empresa de alimentos BRF. Ele disse considerar fundamental que não se tenha “surpresas negativas, que venham uma atrás da outra”.
Furlan acrescentou que tem a sensação de que muitos empresários acreditam que uma reversão no cenário mais negativo pode ter começado. Segundo ele, há um grande volume de empresas aguardando para fazer investimentos, esperando uma clarificação de cenário. E, enquanto isso não acontece, protelam investimentos.
“E tem um outro número de empresas que é refém da crise, que estão endividadas, descapitalizadas. E os bancos também puxam o freio de mão, com uma concessão de crédito mais cautelosa”.
Ainda que tenha ressaltado que não falava em nome da BRF, Furlan destacou que a greve dos caminhoneiros (ocorrida em meados de fevereiro) era um “evento administrável”, mas que criou um certo caos no setor em que a companhia atua, que trabalha com matéria-prima viva e produtos perecíveis.
“Sofremos [o setor] mais do que os outros porque tivemos que parar fábricas e às vezes os navios, que são frigoríficos, também não esperam”, disse. Ele acrescentou a necessidade de que o governo tenha “uma visão macro, em vez de ficar administrando o micro”.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.