O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que sempre se mostrou um dos mais engajados em conversar para tentar levar adiante a negociação global, decidiu não discutir individualmente os principais pontos de confronto na negociação de Doha com a representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab e ministros de Comércio da China e da Índia. Entre esses pontos estava exigência americana da criação de acordos setoriais na área industrial, por eliminação de tarifas mais rapidamente.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que sempre se mostrou um dos mais engajados em conversar para tentar levar adiante a negociação global, decidiu não discutir individualmente os principais pontos de confronto na negociação de Doha com a representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab e ministros de Comércio da China e da Índia. Entre esses pontos estava exigência americana da criação de acordos setoriais na área industrial, por eliminação de tarifas mais rapidamente.
O argumento no Itamaraty é de que, primeiro, Amorim e Schwab já tinham se falado antes e a americana sabe precisamente que o Brasil não aceitará negociação obrigatória setorial e menos ainda na área química, por exemplo. E segundo, que o ministro tinha viagem ontem para Genebra.
O ministro indiano de Comércio, Kamal Nath, também chegou a hesitar em aceitar a conversa. E não teria servido para reduzir as diferenças sobre acordos setoriais e salvaguarda especial na área agrícola.
Assim a reunião ministerial organizada pelo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, pode ser engavetada de vez. Para certos negociadores, se os ministros desembarcarem em Genebra, nem vão ter como se falar, no contexto atual em que todo mundo guarda suas cartas na manga.
Ainda na tentativa de dar um fôlego na negociação global, Lamy conversa hoje com Amorim e depois com representantes da África.
A matéria é de Assis Moreira, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.