O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou, a partir de sexta-feira (03), a retomada das importações de carne bovina maturada e desossada do Paraguai. As compras estavam suspensas desde julho, quando foi confirmada a ocorrência de um foco de febre aftosa no Departamento de Boquerón, na fronteira com a Bolívia e a Argentina.
Segundo o diretor do Departamento de Defesa Animal (DDA), João Cavallero, uma missão veterinária brasileira encerrou visita técnica ao Paraguai, onde foi constatado uma sensível melhora nos serviços de atenção e vigilância sanitária.
Para o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a retomada das importações reflete a relação de cordialidade entre os países do Mercosul e reafirma a política de cooperação existente no bloco. “O Paraguai evoluiu muito no tratamento das questões sanitárias e o Brasil, que é o principal mercado da carne bovina paraguaia, pode agora fortalecer ainda mais as relações comerciais com esse importante parceiro”, enfatizou.
O Brasil é responsável por cerca de 65% a 70% das vendas externas de carne desossada e maturada do Paraguai. O volume mensal é de cerca de quatro mil toneladas, com receita de aproximadamente US$ 4 milhões ao mês. O rebanho bovino do Paraguai é de nove milhões de cabeças.
Entre as medidas adotadas pelo Paraguai está a harmonização das etapas da vacinação contra a febre aftosa. “A partir de agora, o Paraguai efetuará vacinação do rebanho nos meses de maio e novembro, ou seja, no mesmo período em que realizamos, no Brasil, a vacinação dos rebanhos do Circuito Pecuário Centro-Oeste”, explicou Cavallero.
As medidas sanitárias adotadas pelo Paraguai incluem ainda a intensificação do controle do trânsito de animais, interdição das propriedades, sacrifício dos animais onde foi detectado o foco (160 caprinos, 95 bovinos e 60 ovinos) e manutenção do vazio sanitário na região infectada.
Cavallero informou que nesta semana, entre hoje e o dia 8 de outubro, em Montevidéo (Uruguai), o Comitê Veterinário Permanente do Conselho Agrícola do Sul (CAS) discutirá a erradicação da doença no Cone Sul. Na pauta do encontro está a elaboração de um programa de erradicação da doença na Bolívia, que tem problemas de estruturação do sistema de vigilância sanitária, cadastro dos animais e controle de vacinação. A expectativa é de que na reunião seja definido o financiamento do trabalho a ser executado na Bolívia.
O diretor do DDA acrescentou ainda que outra missão veterinária brasileira encerrou na sexta-feira análise de risco qualitativo nos sistemas de atenção e vigilância sanitária da Argentina. Desde o dia 5 de setembro, após a confirmação da ocorrência de um foco de febre aftosa na província de Salta, estão suspensas as importações de produtos e subprodutos de animais susceptíveis à doença provenientes daquele país. Na próxima semana, o Brasil poderá reavaliar a decisão.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint