O Brasil terá nova métrica para o cálculo das emissões de carbono pelo agronegócio. O atual objetivo é adaptar à realidade brasileira indicadores de países temperados utilizados hoje na medição agrícola. As mudanças geradas pela tropicalização do modelo poderão obrigar empresas do setor a redirecionar ações e investimentos, além de rever metas de mitigação já assumidas publicamente.
A iniciativa tem poder de influência no mercado, pois comprovar que a pegada de carbono da carne ou do etanol brasileiro é menor do que de países concorrentes significará ganhos em competitividade.
Os novos critérios serão testados a partir de outubro por um grupo de empresas com poder de influência na cadeia de fornecedores, entre elas BP Biofuels, Marfrig, Citrosuco, Maggi e Bunge.
A ferramenta balizará o acesso aos recursos do fundo associado ao Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), que na safra 2012/2013 desembolsou R$ 3,4 bilhões ao fomento de práticas para o país cumprir suas metas de emissões.
Os recursos, liberados pelo BNFDES e Banco do Brasil, destinam-se à recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, reflorestamento e tratamento de dejetos animais.
A iniciativa chega no momento em que o país registra mudanças na matriz de carbono. Com a redução do desmatamento nos últimos anos, é maior a participação do agronegócio nas emissões brasileiras.
Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.