O Brasil voltou a exportar carne industrializada para os Estados Unidos de seis frigoríficos, informou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gabriel Alves Maciel. Os embarques estavam suspensos desde o último dia 5 de maio por decisão preventiva do Ministério da Agricultura para evitar embargos mais longos.
Na próxima semana, uma nova missão veterinária dos EUA visitará outras oito unidades frigoríficas. As demais cinco plantas devem ser vistoriadas apenas em julho. Serão beneficiados pela medida de ontem as unidades de Jack Links, em Itupeva (SP); Ferreira, em Três Rios (RJ); Frisa, em Nanuque (MG); Marfrig, em Promissão (SP); Bertin, de Lins (SP), e Friboi, de Presidente Epitácio (SP). “Eles significam 85% das vendas totais para o mercado americano”, disse o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel. “Vamos abrir para todos os demais aos poucos, com muita cautela e segurança”.
A missão veterinária dos Estados Unidos, que terminou suas visitas na semana passada, aprovou os serviços estaduais de inspeção de produtos de origem animal em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Também foram habilitados três laboratórios: Laci, de Lins (SP); SFDK, de São Paulo (SP), e Lara, de Pedro Leopoldo (MG).
O secretário acredita que a decisão favorável ao Brasil garantirá a retomada de um acordo de equivalência sanitária entre os países. Ele tem certeza de que poderá ampliar, ainda em julho, a medida às outras 19 indústrias. “Nossa atuação nos deu credibilidade e autoridade para voltar a habilitar novas plantas sem a tutela dos americanos”, comemorou Maciel. “Se não tivéssemos suspendido os embarques, teríamos que esperar pelo menos 18 meses para retomar as vendas”, lembrou.
No início de abril, a missão dos EUA descredenciou unidades do Friboi (Andradina – SP), Pampeano (Negra – RS) e Kerry (Três Corações – Minas Gerais) da lista de exportadores. Essas unidades ficarão fora das exportações por 18 meses, segundo Maciel.
A missão dos EUA pediu a revisão de procedimentos técnicos adotados por frigoríficos e governo para adequar o sistema de inspeção e fiscalização às suas regras. Os Estados Unidos cobraram, sobretudo, a contratação de inspetores federais, destinação de mais recursos para a área, treinamento e capacitação de pessoal, além da modernização e mais investimentos em laboratórios.
Fonte: Valor Econômico, Folha de São Paulo, Gazeta Mercantil, Correio do Povo e Estado de São Paulo, adaptado por Equipe BeefPoint