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Brics têm visão diferente sobre controle de preços

A questão do controle do preço internacional de commodities é o principal ponto de divergência da terceira reunião de cúpula dos Brics que começa hoje na China. Grandes importadores de alimentos, Índia e Rússia vêm com simpatia a proposta do presidente da França, Nicolas Sarkozy - frontalmente rejeitada pelo Brasil -, de regular e controlar a flutuação na cotação internacional de produtos básicos como alimentos e petróleo. O assunto será discutido na próxima semana em reunião do G-20 em Paris.

A questão do controle do preço internacional de commodities é o principal ponto de divergência da terceira reunião de cúpula dos Brics que começa hoje na China. Grandes importadores de alimentos, Índia e Rússia vêm com simpatia a proposta do presidente da França, Nicolas Sarkozy – frontalmente rejeitada pelo Brasil -, de regular e controlar a flutuação na cotação internacional de produtos básicos como alimentos e petróleo. O assunto será discutido na próxima semana em reunião do G-20 em Paris.

Diante das divergências, a declaração final da reunião deverá ser a manifestação de preocupação dos líderes dos cinco países que formam o grupo com a volatilidade no preço das commodities. A declaração do encontro deverá defender a vinculação entre as operações no mercado futuro à existência real de produtos, em uma tentativa de conter a especulação financeira.

A alta na cotação das commodities está entre os fatores que geram pressões inflacionárias em todo o mundo. Sarkozy colocou a regulamentação desse mercado no centro da sua agenda no comando do G-20 este ano. Ontem, ele recebeu apoio do governo alemão, que se declarou disposto a considerar limites nas posições que investidores podem ter quando aplicam em commodities.

Grande exportador de commodities como soja e minério de ferro, o Brasil se opõe ao controle de preços dos produtos. A iniciativa de colocar o tema na agenda dos Brics partiu da China, maior importadora de produtos primários do mundo e principal cliente dos produtos brasileiros.

Não está claro de que forma os interesses divergentes vão se manifestar na atuação do grupo no encontro do G-20, que ocorrerá em Paris nos dias 18 e 19. Os cinco países deverão manifestar a preocupação com a volatilidade e defender propostas para reduzir distorções, desde que não envolvam controle de preços.

Agora, Brasil, Rússia, Índia e China têm companhia nos Brics da África do Sul, que pela primeira vez participará do encontro. O evento ocorre na Ilha de Hainan, no sul da China, onde a presidente Dilma Rousseff chegou ontem. Amanhã, ela participará do Fórum Boao, uma resposta asiática ao Fórum de Davos, que reúne representantes de governo e empresários da região.

Outro tema da agenda do G-20 é o fluxo de capitais para países em desenvolvimento, que provocam movimentos indesejados de valorização das moedas locais. A situação é especialmente preocupante no Brasil, onde o dólar se aproxima de R$ 1,50. Os Estados Unidos são os principais responsáveis pela liquidez. No ano passado, o país adotou uma política agressiva de expansão monetária para estimular sua economia. Em resposta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, na época, que havia uma “guerra cambial” no mundo.
Um integrante da diplomacia brasileira, que participa da redação do comunicado final dos Brics, disse ontem que o texto vai prever o início das discussões para o uso de moedas nacionais no comércio entre os integrantes do grupo.

A matéria é de Cláudia Trevisan, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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