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Campanha de vacinação contra a febre aftosa termina hoje no Paraná

No Paraná, a campanha de vacinação contra a febre aftosa termina hoje. Apesar da prorrogação de prazo autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Estado não alterou o calendário de vacinação.

Já em Minas Gerais a maior parte do rebanho não foi imunizada ainda. Os pecuaristas não estão encontrando a vacina e por isso a campanha está atrasada. A expectativa é que as doses cheguem hoje ao mercado mineiro.

No Mato Grosso do Sul, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) está confiante que a verba do Governo Federal para custear suas atividades de vigilância sanitária vegetal e animal seja liberada ainda nesta semana.

Leia a matéria completa:

O prazo para a vacinação contra a febre aftosa no rebanho bubalino e bovino do Paraná termina hoje. Esta foi a primeira etapa da vacinação e segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a meta é vacinar cerca de 10 milhões de cabeças no total.

Apesar de estar a sete anos sem registro de novos casos, o Estado está agindo com cautela para evitar esta e outras doenças, como a peste suína. A segunda etapa de vacinação está programada para o mês de novembro. Assim que a campanha terminar, a Secretaria deverá apresentar as estatísticas levantadas durante a vacinação.

No Paraná não há indicativos da falta da vacina, como aconteceu no começo da campanha em outros Estados brasileiros. O Paraná faz parte dos circuitos Leste e Oeste que começam no Estado e vão até Tocantins, no Norte, e em Sergipe, no Nordeste. Em alguns locais o prazo poderá ser estendido até dia 30 de junho.

O compromisso do pecuarista não é somente vacinar os animais, avisa o coordenador da Defesa Sanitária Animal (DSA) da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), Felisberto Queiroz Baptista, mas também comprovar o manejo junto a unidade veterinária da Seab mais próxima de sua propriedade.

Segundo Baptista, o grau de conscientização sobre a importância de vacinar contra a aftosa tem aumentado nos últimos anos. Hoje, o pecuarista está mais informado sobre a importância de vacinar, sobre os fatos que ocorrem fora do Brasil onde já foi preciso dizimar grandes rebanhos e não se arrisca tanto. Há também o fator econômico que pesa muito. ”Ele sabe que o Estado e o País estão procurando ocupar espaços no mercado externo da carne e que também podem ter seus produtos valorizados internamente se ofertarem carne de qualidade.”

Dados do MAPA indicam que em 2001 o Brasil exportou R$ 2,8 bilhões em carnes. O Ministro da Agricultura Pratini de Moraes garantiu que a carne brasileira é reconhecida como produto de qualidade e que conquista mais espaço no mercado externo a cada dia. Daí a importância de permanecer livre de barreiras sanitárias, caso de países onde existe a febre aftosa, que impedem a comercialização no exterior.

Minas Gerais

Grande parte do rebanho do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, estimado em seis milhões de cabeças, ainda não foi imunizada contra a febre aftosa. O atraso na vacinação foi provocado por uma falha na produção das vacinas. Testes feitos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) indicam que 18% das vacinas contra a febre aftosa produzidas para a campanha de imunização da doença apresentavam algum tipo de problema. Os lotes recolhidos não apresentavam as características de qualidade exigidas pelo Ministério.

O recolhimento das vacinas acabou comprometendo o fornecimento do produto e fez com que o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) estendesse o prazo para a imunização do rebanho até o dia 30 de junho, sendo que o último dia para a imunização do rebanho no Circuito Pecuário Centro-Oeste seria no próximo dia 31.

O chefe do escritório do IMA em Uberlândia, Ronaldo Monte Raso Freire Maia, orienta os produtores a antecipar ao máximo a imunização do rebanho. Segundo ele, o animal imunizado no fim de junho apresentará imunidade menor que o vacinado dentro do prazo. “Sabemos que é difícil encontrar a vacina, mas o Ministério garante que até o fim desse mês o fornecimento será normalizado. O que pedimos é que o produtor não deixe para vacinar o gado apenas no fim de junho”, acrescenta.

Multa

O produtor que deixar de imunizar o rebanho é punido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O pecuarista que não cumpriu as exigências sanitárias de prevenção contra a doença, considerada erradicada no Estado pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), será multado em R$ 26,60 por cabeça de gado. A comprovação da vacina é obrigatória e deve ser apresentada até o dia 10 de julho, data que pode ser alterada. Em caso de atraso, haverá multa de R$ 5,32 por unidade do rebanho.

Além das multas, os criadores em falta com as obrigações legais dentro dos prazos ficam impedidos de fazer o transporte do gado entre propriedades e de vender os animais para outros pecuaristas. Os fornecedores de leite para laticínios também deixam de ter autorização para continuar na atividade.

Mato Grosso do Sul

A verba de R$ 5 milhões do governo federal para investimento na campanha de vacinação contra a febre aftosa no Mato Grosso do Sul deve sair no início desta semana, informou o diretor geral da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Loacir da Silva.

Segundo ele, o processo está na assessoria jurídica do Ministério da Agricultura e Pecuária e chegará na mão do secretário Executivo, Márcio Fortes, entre hoje e amanhã. “Depois disso é só assinar o convênio e pegar o dinheiro”, comentou.

A verba do governo federal prevista para o Iagro custear suas atividades de vigilância sanitária vegetal e animal continua retida no Ministério da Agricultura e Pecuária, por conta de uma dívida de R$ 300 mil referente a convênios firmados pelo governo passado e da investigação do Tribunal de Contas da União sobre suspeita de superfaturamento na construção de um presídio em Três Lagoas.

Fonte: Gazeta do Paraná, Folha de Londrina (por Cláudia Barberato), Jornal Correio/Uberlândia e Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe BeefPoint

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